fev 14, 2020 Air Antunes Artigos 0
Uma das formas requeridas para uma administração pública manter-se prestigiada perante a população tem sido a promoção de festas, e quanto mais cara melhor. O povo, na sua maioria, não tem acesso aos grandes espetáculos, não tem dinheiro para custear do próprio bolso, não tem a mínima condição de se locomover para os grandes centros para assistir orquestras sinfônicas, shows com artistas internacionais, teatros, etc. Então, este mesmo povo cobra da prefeitura, o executivo municipal é que se incumbe de realizar shows no aniversário da cidade, seus fatídicos rodeios, o carnaval. Porém, para tudo isso o cofre público tem que ser subtraído, às vezes em alguns milhões. Setores responsáveis da prefeitura vão a campo para, na teoria, pesquisar o que é compatível com a cidade, afinal de contas se extrapolar “pega mal”, como diz a gíria. Mas pega mais mal ainda quando empresário artístico corrupto pergunta a um responsável ou outro da prefeitura , “qual é a sua parte ?”, e uma resposta é dada aceitando a tal parte.
A população, às vezes, na sua febril expectativa pelos popularescos shows, não leva em conta o que pode estar passando pelos bastidores no que diz respeito às negociações. Não tem sido raros os casos em que após as festas alguém aparece com veículo zero quilômetro, ou uma conta bancária acrescida de 30%, por exemplo, percentual fruto da parte oferecida por empresário. Felizes pelas cantorias nos festivos palcos, muitos munícipes acabam sendo os principais responsáveis pelas mais “exuberantes” tramóias. Ora, não fossem tão sequiosos por festas públicas “de graça”, que “de graça” não tem nada, não estariam incentivando mesmo que involuntariamente a oportunidade de assessores públicos ganhar “dim dim” ilícito.
O editorial em questão não passa de um alerta para que haja mais fiscalização de parte do cidadão (não é apenas vereança que deve fiscalizar) sobre o cofre público, afinal de contas o dinheiro que cobre o custo de tais festas é do imposto que cada um paga. Não é justo que em uma soma toda seja incluída a nefasta parte tão corriqueiramente sugerida.
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