out 01, 2016 Air Antunes Ilustrada 0
CELINA COSTA
O significado da palavra runa tem origem no proto-germânico, língua falada pelos primitivos habitantes do norte da Europa. Sua tradição literal é segredo, sussurro, aquilo que é dito ao pé do ouvido. Portanto, cada runa representa um “recado” do oráculo para aquele que deseja resposta , conselho, diagnóstico…quando necessita de ajuda.
Na verdade, as runas são um alfabeto/oráculo. Nos tempos antigos era usado pelos povos nórdicos que viviam da caça, da pesca, da colheita não programada e muito ligados ao mundo mágico, sobrenatural. Estima-se que o conhecimento das runas tenha sido herança de populações indo-européias que migraram para a Escandinávia nos idos de 2000 a.C.. Como não foram encontrados documentos escritos sobre essa história, tudo o que se sabe está baseado , apenas, nas descobertas da arqueologia, também responsável pela descoberta de gravações sobre grandes pedras, que contêm cenas rupestres e símbolos rúnicos.
As runas que foram o primitivo FUTHARK são 24 e o nome do alfabeto vem da primeira letra do nome das seis primeiras runas. Não se sabe quando isso ocorreu.
Esse alfabeto, denominado Futhark, é composto por vinte e quatro runas e não era usado para a escrita corrente. Cada signo representa um conceito, como os hieróglifos egípcios. Conta a mitologia escandinava que foi o deus Odin quem recebeu as runas e as entregou aos homens para que, por meio delas, pudessem se comunicar com o mundo divino. O alfabeto original sofreu duas modificações no século 11: primeiro, na Noruega e na Suécia, quando foram suprimidas oito runas e, depois, os anglo-saxões acrescentaram nove runas às vinte e quatro do Futhark.
O significado de cada runa tem ligação com a natureza. Assim, a primeira runa, Fehu, quer dizer Gado; e o gado representava a unidade de riqueza daqueles povos; ela simboliza, portanto, plenitude, realização, abundância, crescimento. A nona runa chama-se Hagalaz, o Granizo (chuva de pedra), fenômeno natural que não depende da ação humana, mas que destrói tudo o que está abaixo. Representa mudanças bruscas, brigas, acidentes; destruir para construir. Outras runas referem-se ao Gelo, ao Sol, à Colheita, ao Cavalo, ao Fogo, à Água etc., e possuem significados específicos.
Em português existem poucas publicações sobre o assunto e cada autor pesquisa o alfabeto de sua escolha: o de 16, de 24 ou de 33 runas. A partir do entendimento que cada interessado tenha a respeito do contexto sociocultural/religioso daqueles povos antigos, desenvolve sua forma própria de interpretar e de sentir as runas. É um processo subjetivo e não existe um manual que determine um significado absoluto para elas.
O intérprete de hoje, em sua época e em seu tempo, com sua maneira própria de ser, com seus valores, sensibilidade e percepção do agora e do além, imprime sua “visão”. São várias as formas de abordar os conceitos rúnicos e nenhuma pode ser definida como certa ou errada. O que vale é a intenção, o respeito e a sinceridade.
Do Almanaque do Aluá nº 2
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