ago 30, 2014 Air Antunes Politica 0
Sindicato criticou ainda política ambiental defendida pela candidata. Classe não confirmou apoio à candidatura de Marina Silva.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), reagiu, nesta quinta-feira (28), às declarações feitas durante o debate da Band, pela candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, em que cita Chico Mendes como parte da elite. Em nota, a categoria destaca ainda que não concorda com a política ambiental defendida por Marina enquanto ministra do Meio Ambiente, entre 2003 e 2008, e ainda idealizada por ela nos dias atuais.
“Os trabalhadores rurais da base territorial do Sindicato de Xapuri (Acre), não concordam com a atual política ambiental em curso no Brasil idealizada pela candidata Marina Silva enquanto ministra do Meio Ambiente, refém de um modelo santuarista e de grandes ONGs internacionais. Essa política prejudica a manutenção da cultura tradicional de manejo da floresta e a subsistência e favorece empresários que, devido ao alto grau de burocratização, conseguem legalmente devastar, enquanto os habitantes das florestas cometem crimes ambientais”, aponta a nota.
De acordo com o presidente do sindicato, José Alves, uma modificação no plano seria a alternativa para que os seringueiros tenham mais apoio federal. “Esse plano ambientalista tem que sofrer algumas mudanças que venham realmente priorizar a classe menor. Porque se a gente for ver as grandes mineradoras, usinas, elas podem depredar, destruir, e os órgão ambientais podem licenciar. Já seringueiros que trabalham dentro das áreas rurais, são recriminados e penalizados quando estão trabalhando para o próprio sustento”, desabafa.
O sindicato disse ainda que há um engano ao intitular o líder seringueiro Chico Mendes como ambientalista. “Essa visão distorcida do Chico Mendes ambientalista foi levada para o Brasil e a outros países como forma de desqualificar e descaracterizar a classe trabalhadora do campo e fortalecer a temática capitalista ambiental que surgia”.
Alves criticou também a posição de todos os candidatos à Presidência em relação à Reforma Agrária e Conflitos Fundiários. Ressaltando, que durante um debate na TV Bandeirantes na última terça-feira (26), o assunto não teria sido tratado de forma superficial. E destaca os números da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que apontam que 23 lideranças camponesas foram assassinadas somente neste ano. “Tem alguns equívocos nas falas que deixam transparecer que os extrativistas estão vivendo as mil maravilhas, mas na verdade estão sofrendo recriminação, recebendo multas absurdas e não vemos alternativas que isso possa estar mudando. Não existem leis de alternativas, só de punição”, pontua.
O sindicalista diz que não garante que a categoria vá apoiar Marina Silva. De acordo com ele, o sindicato está analisando, de forma criteriosa, os planos de governo de cada candidato para avaliar qual a melhor proposta ambiental que possa favorecer os trabalhadores rurais.”Estamos vendo as propostas e quem tiver um plano de governo melhor para a categoria nós vamos apoiar. Certamente ainda não podemos dizer se vamos apoiar ou não Marina”, explica.
Mesmo sem uma posição definida, Alves diz esperar que Marina, se eleita, continue com o mesmo pensamento de quando conviveu na área rural. “Esperamos que ela represente a classe trabalhadora que fazia parte, que não tenha mudado seus pensamentos. Porque quando os políticos chegam lá, começam a crescer e a mudar”, diz.
Na nota, o sindicato destaca as lutas do líder Chico Mendes. “Reforma Agrária, que garanta a cultura e produção dos Trabalhadores Tradicionais e a União dos Povos da Floresta”, finaliza.
Fonte G1
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