Qualquer cidadão nascido em Angatuba, ou que seja um angatubense de coração, que tenha o costume de caminhar pelo centro da cidade e pelos seus bairros, percebe sem muito esforço as mudanças urbanísticas ocorridas em relação há algumas décadas, a cidade cresceu mas mantém-se ainda um pouco da falta de limpeza, há ruas e calçadas com mato, animais soltos, água suja escorrendo pelas sarjetas, lixo nas calçadas, etc. Bom salientar que a crítica à administração municipal também pode ser dividida entre muitos munícipes que, às vezes desleixados, esperam unicamente que a prefeitura possa resolver tudo, sem exceção. É importante frisar que na questão urbanística há ainda outro ponto bastante referido por munícipes mais atentos quanto à qualidade de vida da população, que é a arborização. Não precisa ser um expert para observar que a cidade está com aspecto desolador pela inexistência de árvores, ruas pavimentadas, desérticas, no verão aumentam em quase cinco graus a temperatura externa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta 12 m² de áreas verdes como o mínimo indicado por habitante; 36 m², ou três árvores por habitante.
Quando se fala em preocupação urbanística logo se imagina apenas o embelezamento da paisagem, é também , é lógico que uma cidade bem ajardinada com praças bem cuidadas, ruas limpas e bem sinalizadas, placas corretas, tudo isso torna a localidade um atrativo, mas não se pode esquecer do clima. Segundo dados anunciados pela Organização Metereológica Mundial (OMM), no início deste ano, 2022, os últimos seis anos foram os mais quentes registrados desde 1880, sendo 2016, 2019 e 2020 os três primeiros. O ano 2020 foi de 1,2°C acima das temperaturas da era pré-industrial (1880). A OMM prevê que há uma probabilidade de 20% de que o aumento da temperatura exceda temporariamente os 1,5°C já a partir de 2024. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) afirmou que a velocidade com que as temperaturas estão aumentando é alarmante, e que neste ritmo, podemos atingir +1,5°C nos próximos 15 anos. Em termos de nação, no Acordo de Paris realizado em 2015, estados membros garantiram empreender políticas públicas para limitar o aquecimento global bem abaixo de 2º, em comparação com os níveis pré-industriais. Vale salientar que a meta conhecida como contribuição nacionalmente determinada (NDC) estabelecida no Acordo de Paris, para redução das emissões de gases de efeito estufa por volta de 2030, não pode ficar restrita unicamente à responsabilidade da União, ou de cada estado. É importante que cada município trate o meio ambiente como prioridade, pois é o que se se exige neste século 21.
Angatuba também poderia agilizar sua recuperação visando os danos provocados em décadas e décadas por pastagens, por plantio de eucaliptos e pinnus, por tudo que provocou o fim de dezenas de nascentes d´água na zona rural. Reiterando, e que para o perímetro urbano efetuasse um plano de arborização adequado, algo que amenizasse consideravelmente o calor do verão. Com certeza, o prefeito Nícolas Basile Rochel (Republicanos) deve estar atento para isso, mas é necessário que haja seriedade e competência maiores de parte de sua equipe nesta questão, que egos sejam menos inflados no trato da coisa pública. Que a Câmara Municipal também se atentasse para o fator ambiental, que se preocupasse menos com as defasagens salariais dos “nobres colegas”, por exemplo. Enfim, que neste momento representantes públicos se preocupassem menos com cassações de adversários, com o alcance de suas inserções nas redes sociais, e se conscientizassem de que o clima é ítem fundamental para a qualidade de vida da população.