abr 04, 2018 Air Antunes Angatuba 0
No final dos anos 80, a Orquestra Filarmônica de Nova York fez duas apresentações ao ar livre no Brasil, uma na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro e outra no Parque do Ibirapuera em São Paulo (voltou em 1997), ocasiões que atraíram grande público incluindo pessoas que não tinham poder aquisitivo para frequentar espetáculos do gênero em sofisticadas casas ou nos glamurosos teatros. O que se constatou é que mesmo as pessoas mais simples econômico e culturalmente amaram as apresentações. O então maestro da filarmônica novaiorquina no período 1978/1991, o indiano Zubin Metha, atualmente diretor artístico da Orquestra Filarmônica de Israel, observou esse detalhe e concluiu que realmente, não apenas no Brasil, a música clássica é praticamente inacessível aos mais pobres e àqueles que moram mais distantes dos grandes centros, que estes gostam, sim, do gênero, o problema é que não têm oportunidade de assistir uma apresentação do nível, daí na maioria das vezes falam que não gostam e, sob tal aspecto, nada melhor do que levar as orquestras sinfônicas, filarmônicas, para as praças públicas. Neste mesmo raciocínio é que a Bachiana Filarmônica Sesi, regida pelo pianista João Carlos Martins, atende aos apelos daqueles que procuram levar o artista, no caso a orquestra e seu regente, aonde o povo está, apresentando-se ao ar livre, praças públicas, como fará no dia 12 de abril, com início às 20 horas, na praça da matriz em Angatuba, concedendo assim uma oportunidade para uma grande maioria de pessoas da região de apreciar e educar seus ouvidos em relação à música clássica. A promoção é da Prefeitura de Angatuba, através da Secretaria Municipal de Esportes, Cultura, Lazer e Turismo, em parceria com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)/ Sesi (Serviço Social da Indústria).
Angatuba e região irão se deparar com a música clássica protagonizada pelo mundialmente pianista e maestro João Carlos Martins e a orquestra que lidera. Irmão do famoso jurista Ives Gandra Martins e do também pianista José Eduardo Martins, ele é um dos maiores intérpretes do mundo das obras de Johann Sebastian Bach (1685-1750), grande compositor alemão e um dos maiores ícones da música clássica em todos os tempos, daí a derivação para o nome da orquestra Bachiana Filarmônica Sesi. A propósito, Martins interpreta Bach desde os seus oito anos de idade. Para melhor conhecimento dos angatubenses, na sua trajetória artística, entre tantas outras ocasiões, venceu o concurso da Sociedade Brito de São Petersburgo, Rússia; foi escolhido no Festival Casals, entre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington DC; em tenra idade, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, patrocinado pela primeira dama dos Estados Unidos no período 1933/1945, Eleanor Roosevelt; tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou obra completa de Bach para piano; inaugurou o Glenn Gould Memorial, em Toronto, Canadá; em 2001 gravou o álbum “Só para Mão Esquerda”, escrito por Maurice Ravel para Paul Wittgenstein; em 2004 regeu, em Londres, a English Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras de câmara do mundo, numa gravação dos seis concertos Branndeburguenses de Bach e em dezembro daquele ano realizou a gravação das Quatro Suites Orquestrais do mesmo compositor- os dois primeiros CDs já foram lançados internacionalmente. Sobre sua apresentação no Carnegie Hall, no final dos anos 60, recebeu uma recomendação do pintor Salvador Dali: “Diga a todos que você é o maior intérprete de Bach, algum dia vão acreditar. Faz muitos anos que digo ser o maior pintor do mundo e já há gente que acredita”. Sobre a fala de Dali, crítico musical inglês mencionou que João Carlos Martins não teve que esperar tanto tempo.
Ainda sobre a trajetória do pianista e maestro, ele foi homenageado pela escola de samba paulistana Vai-Vai, com o enredo “A Música Venceu” o que valeu à agremiação o titulo de campeã do carnaval daquele ano, 2007. Atualmente realiza programa de introdução à música com jovens carentes na Faculdade da Amazônia (FAAM). Por ocasião da tradicional condecoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (10 de junho de 2014), tornou-se comendador da Ordem do Infante D. Henrique. No 7 de setembro de 2016 executou o Hino Nacional durante a abertura dos Jogos Paraolímpicos de Verão. O documentário franco-alemão sobre sua vida, “Paixão segundo Martins”, já foi visto por mais um milhão e meio de pessoas na Europa. Também já foi exibido em algumas oportunidades na TV aberta no Brasil. A carreira de Martins, igualmente, foi enfocada pelo documentário belga “Réverie” de 2006. Concertos para mão esquerda e outras adaptações alternativas que ele obrigou-se a realizar na sua carreira surgiram por causa de vários acidentes ao longo de sua vida e que lhe deixaram graves sequelas físicas, inclusive o deixando sem tocar piano por alguns anos.
A Orquestra Sinfônica do Sesi explicada pela própria Fundação Bachiana
Sonho de um grupo de músicos e empresários brasileiros, entre eles o maestro e pianista João Carlos Martins, a Fundação Bachiana, entidade sem fins lucrativos e/ou econômicos, foi constituída em 2006, tendo como finalidade apoiar, incentivar, assistir e promover o desenvolvimento de atividades de excelência e referência na formação musical e cultural, especialmente nas artes clássicas e educação musical.
A Fundação Bachiana tem como:
Missão – Promover, através da música, a democratização cultural, educação musical, inclusão cultural e social, conscientização ambiental, direcionados a todos os segmentos da sociedade.
Visão – tornar-se um referencial no desenvolvimento de suas atividades, através da música clássica de alta qualidade técnica e artística.
Através do projeto “Concertos Clássicos” a Fundação Bachiana divulga e democratiza a música clássica de alta qualidade técnica e artística.
Nossos concertos clássicos, sob a regência do maestro João Carlos Martins, abrangem a Temporada Oficial da Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP, bem como a série de concertos em cidades de todo o país, com apresentações nas grandes capitais e nas pequenas cidades, em teatros, praias, escolas e praças públicas, levando a música clássica a um público com pouco ou nenhum acesso a ela.
Inicialmente a Fundação contou com duas orquestras: a Bachiana Filarmônica, formada por músicos profissionais do mais alto gabarito, e a Bachiana Jovem, uma orquestra pré-profissional, constituída por talentosos jovens musicistas, recém-formados ou ainda estudantes.
No início de 2009 as duas Orquestras se uniram formando a Orquestra Filarmônica Bachiana SESI-SP, composta por 45 músicos oriundos da Bachiana Jovem e 20 músicos da Orquestra Bachiana Filarmônica, que atuam como orientadores dos jovens músicos, muitos deles em processo de formação e amadurecimento profissional.
Através deste trabalho ininterrupto a Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP prossegue promovendo a democratização cultural, realizando apresentações de música erudita pelo Brasil.
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