Nunca se reclamou tanto da saúde em Angatuba como atualmente. O setor protagoniza o caos no município, é o lado totalmente oposto dos mega rodeios-shows que a atual administração tanto se gaba de promover, o contraste entre um e outro é algo assombroso. Não se vive um dia sobre o chão angatubense sem que não se ouça no mínimo dez reclamações. “Não tem dipirona”, diz um; “falta A.S”, diz outro. A falta de remédios no sistema é corriqueira, e ainda a farmácia que viabiliza medicamentos via prefeitura deixa de entregar a quem for buscar o seu, “a prefeitura não nos pagou”, justifica o farmacêutico.
Além da falta de remédios surgem as mais variadas reclamações acerca de certos procedimentos, alguns deles misturam Posto de Saúde, Santa Casa e “clinica do Demian”, tem ainda um tal de pedágio, tem a insatisfação de um funcionário ou outro por conta de saber que o ou a colega ganha gratificação mais que dobrada ao salário da categoria e o seu continua uma “merreca”; tem o descontentamento dos “não protegidos”por causa do salário defasado; tem a coação vinda de cima contra quem reclama; tem a precariedade do raio X; tem equipamentos quebrados; tem pagamento à clínica do Demian que não fazia parte do orçamento do usuário; tem a demora do atendimento médico; tem o atendimento “espírita”; tem o “atendimento online”; tem o médico que dorme e demora a acordar, o plantonista que não chegou e só aparece quando aparentemente não apareceria mais, e ainda ganhando dinheiro que nem água de um sistema precário, o que dá para concluir que o encaminhamento de verbas para a saúde vai praticamente ao pagamento de meia dúzia.
O pior de tudo isso é que a atual administração não aceita reclamações, se for de outros setores da política diz que é “intriga da oposição”, se é o usuário, arruma-se uma forma de ridicularizar o reclamante. Por outro lado, existe o perfil desinteligente, alienado, da população que vai sequiosa às urnas para votar em prol de rodeios-shows, a festa do peão que não produz outra coisa a não ser uma gorda renda que vai embora da cidade, e mais um pouco para o bolso de assessores municipais o suficiente para adquirir mais um zero km, deixando o município numa ressaca memorável após o espocar da queima de fogos da última noite. A massa, em meio ao barro e lama, longe do conforto dos camarotes, não demora sai pelas ruas lamentando, falta de remédio, falta de médicos, atendimento precários, etc. Enfim, é um círculo vicioso que se repete ano após ano com sorrisos de orelha a orelha no mês de março e choramingos no restante da temporada.