Direitos do livro “Mein Kampf” caíram em domínio público
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Gianpaolo Smanio, recebeu neste mês de julho em audiência membros da Confederação Israelita do Brasil e da Federação Israelita do Estado e São Paulo. Os representantes da comunidade judaica solicitaram ao Ministério Público de São Paulo medidas no sentido de impedir a circulação do livro “Mein Kampf”, de autoria de Adolf Hitler. Desde janeiro do ano passado, os direitos autorais da obra caíram em domínio público.
Fernando Lottenberg e Rony Vainzof, respectivamente presidente e secretário da confederação, assim como Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da federação, expuseram ao procurador a preocupação das entidades quanto à disseminação de ideias que fazem apologia ao ódio racial.
Também participaram do encontro o jurista Celso Lafer, os advogados Lilia Frankenthal e Octávio Aronis, bem como o promotor de Justiça Roberto Livianu e advogada Mônica Rosenberg Braizat, conforme informou o Ministério Público do Estado de São Paulo.
Sobre o “Mein Kampf”
“Minha luta”, o título de “Mein Kampf” em português, soma dois volumes e nele Hitler não economiza discurso para a divulgação de suas idéias contra judeus, a favor do racismo e do nacionalismo, ou seja tudo que acabou se inserindo na ideologia do partido nazista. Na verdade as idéias de Hitler , no livro, foram inspiradas num sentimento que já corria na Europa, ele apenas as adotou e as moldou a seu jeito.
Hitler, ao contrário dos escritores convencionais, não sentou-se numa cadeira e começou a teclar numa máquina de escrever e nem a próprio punho, ele ditou o livro para Emil Maurice, um fabricante de relógios que tornou-se um dos primeiros membros do Partido Nazista, durante sua estadia como prisioneiro em Landsberg em 1925, depois ditou para Rudolf Hess, um dos seus assessores entre os mais conhecidos no auge de seu poder. O título original era “Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e covardia”, mas o responsável pelas publicações nazistas, Max Amann, achou complicado demais e o abreviou para “Minha Luta”.