jan 07, 2014 Air Antunes Angatuba 0
Entrevistado pelo Jornal de Angatuba, o presidente da Câmara, eleito no dia 1° de janeiro por um voto de diferença, vereador Afonso Basile Neto, afirma que a população pode esperar bons frutos do legislativo municipal. Formado em Direito, Afonsinho, como é conhecido, elegeu-se pela coligação Seguindo em Frente (PSC/PSB). Foi a primeira vez que se candidatou à vereança.
A seguir, a entrevista:
Jornal de Angatuba: O que o levou a tomar esta decisão, a de se tornar um político?
Afonsinho: Ainda no primeiro ano da faculdade de Direito fui orientado a ler alguns livros que falam sobre política. Então uma visão mais apurada sobre ela acabou se instalando paulatinamente, porém, durante a faculdade acabei me preocupando com metas individuais e releguei esse sentimento. Passado algum tempo, então formado e com o nascimento de minha filha, inevitavelmente passei a voltar os olhos para alguns problemas sociais, os quais inclusive pude ter acesso por trabalhar numa instituição (Poder Judiciário) que está diretamente em contato com os problemas da comunidade. Em abono a isso, soma-se o fato de ser temente a Deus. Assim, acabei entendendo que deveria participar mais ativamente das questões de interesse público e decidi me candidatar. Não pedi a Deus que me fizesse vereador, apenas que, se fosse de sua vontade, que me colocasse em um lugar onde, talvez, eu pudesse ser mais útil. Assim fui eleito.
Jornal de Angatuba: Na sua primeira incursão como candidato a vereador você já saiu vitorioso e, imediatamente, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Angatuba. Esperava isso assim logo de cara?
Afonsinho: Confesso, sem falsa modéstia, que sempre acreditei que poderia ser eleito, mas não aspirava à Presidência da Câmara. Contudo, encaro como mais um desafio a ser vencido, afinal, a vida é cheia de desafios e a Presidência é mais um deles.
Jornal de Angatuba: Como pretende conduzir a câmara, vai imprimir uma postura de oposicionista sistemático ao atual prefeito ou pretende não complicá-lo?
Afonsinho: É muito cedo para falar sobre linhas de condutas. Mas gostaria de deixar bem claro que nosso compromisso maior é com o povo. Assim, no desempenho fiel do mandato poderemos agradar a alguns e desagradar a outros, mas sempre seguindo o mesmo objetivo, qual seja, o bem comum.
Jornal de Angatuba: Há quem diga que você, na condição de primeiro mandato, deverá ser bastante assediado por políticos que estão sem mandato e que posicionaram contrário ao atual prefeito. O que você fala disso?
Afonsinho: Notoriamente existem essas especulações. Todavia, prefiro encontrar o “justo meio” traçado há muito por Aristóteles. Talvez assim eu consiga extrair o máximo da imparcialidade, sem contudo me desgarrar da função fiscalizadora do legislativo.
Jornal de Angatuba: Falando especificamente sobre a Câmara, você empreenderá alguma inovação na Casa de Leis?
Afonsinho: É bem provável que sigamos uma postura um pouco mais ousada, mas prefiro tentar realizar e somente depois discutir a respeito.
Jornal de Angatuba: Em relação à gestão anterior, da Câmara de Angatuba, você tem algo a dizer sobre ela, se foi boa, se foi má, contraditória, etc?
Afonsinho: A bem da verdade, não posso questionar muito a gestão anterior, justamente porque não acompanhei toda ela, porém, não deixei de perceber que ela esteve um pouco subjugada pelo Poder Executivo e isso não é ideal para a democracia, eis que o seu pilar de sustentação é o próprio Poder Legislativo, com a representação proporcional consubstanciada numa verdadeira caixa de ressonância da sociedade.
Jornal de Angatuba: Uma de suas primeiras ações como presidente da Câmara foi abri-la para receber o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. Nunca um presidente da Câmara havia vindo a Angatuba. Este fato, com certeza, já foi bastante marcante para sua gestão, não é?
Afonsinho: É verdade, logo de cara já tivemos a honra de receber em nossa Casa de Leis o eminente deputado federal e presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. Sem dúvida foi marcante. Conversamos muito rapidamente, mas pude perceber, inclusive por sua atitude em relação ao tão questionado Plano de Saúde, que se trata de um homem de virtude que não teme a opinião pública ao tomar decisões impopulares, mas que resguardem interesses muito maiores. O mesmo se diga em relação à PEC dos vereadores.
Jornal de Angatuba: Há críticas de que vereadores da Câmara de Angatuba se preocuparam em demasia em conceder títulos de cidadania e denominar ruas. O que você acha disso? Você também não acha que deveria existir critérios mais minuciosos para essas homenagens?
Afonsinho: É verdade. Acredito que a concessão de um título deve guardar estreita relação com a grande relevância e influência da personalidade homenageada, ficando cingido aos eminentemente beneméritos. É bom que se diga que as homenagens são importantes, mas não é a essência do legislativo. Ademais, a entrega sem critérios torna o título banal.
Jornal de Angatuba: Para finalizar, o que você diria para a população, sobre o que ela pode esperar da atual composição de vereadores de Angatuba?
Afonsinho: Vislumbro estar superada a fase de mal-estar criada durante a eleição da Mesa, sendo certo que a população pode esperar bons frutos nessa nova gestão. O importante é agir com temperança e, em caso de grandes celeumas, zelar para que a autoridade da razão se sobreponha à razão da autoridade.
Matéria do Jornal de Angatuba publicada em fevereiro de 2009
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