out 17, 2013 Air Antunes Angatuba 2
“O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
(…)”
Chico Buarque de Holanda
Foram inúmeras as ocasiões em que o termo “forasteiro” foi usado por ditos nativos angatubenses para descaracterizar ou ridicularizar pessoas que não nasceram no município. Logicamente, a tal ridicularização tem sido direcionada contra quem , por uma razão ou outra, ou por razão de ofício, contraria os erros do provincianismo vigente. Uma destas ocasiões ocorreu quando correligionários e simpatizantes da atual administração municipal foram para a praça da matriz comemorar a vitória nas eleições de 2012 do prefeito Carlos Augusto Turelli, o nativo Calá, que está no primeiro ano de sua segunda gestão consecutiva. Em meio aos arroubos de discursos mal travados, desconectados com a civilidade e com o raciocínio, alguns “falantes” da noite, denotando ignorância e pouco afeitos à inteligência, discorreram uma verborragia chula, ordinária, contra os “forasteiros”. Explicando: contra os “forasteiros” que, para eles, são nocivos aos interesses pessoais regidos pela turma do “Você em primeiro lugar!”, lembrando ser este o jargão enxovalhado de fisiologismo, de falsidade e de oportunismo latentes ao atual grupo político que governa Angatuba, tudo isto exatamente nesta ordem.
Naquela noite domingueira do outubro passado, “forasteiros” reconhecidos como contrários aos anseios tucanos locais foram espinafrados em praça pública. Julgados a esmo por bocas “cloacais”, por mentes similares a esgoto a céu aberto, os “forasteiros” em questão, ausentes do local naquele momento, foram caluniados e expostos à sanha de qualquer pessoa que eventualmente quisesse se unir à legião dos raivosos e despreparados oradores. Enfim, a praça naquela noite, na protagonização de tão festivos politiqueiros, quase que deu lugar a um massacre de São Bartolomeu armado não de facões, espadas ou bacamartes, mas de línguas ferinas e maldosas..
Não é desnecessário afirmar aqui que não existe forasteiro dentro de uma mesma pátria, que ninguém é bom ou mau mediante ao local onde nasceu, se é nativo ou imigrante. É bom, também, realçar, mais uma vez, que o caráter do cidadão não deve ser medido pelo ouro ou pela prata que possui, mas pelo que ele influencia em termos de valores humanos para a sociedade em que vive, afinal de contas é só isso o que sobra para a posteridade. Por outro lado, qualquer mente sã deve convir que desde quando surgiu a primeira cidade há dez mil anos as etapas para o desenvolvimento da “polis” passam pelo debate, pela democracia, pelo diálogo entre os cidadãos, significando com isto que todas as propostas de evolução do ser humano, do bem estar comum, são válidas, e tanto faz se elas são emitidas pelos nativos ou pelos imigrantes que compõem a comunidade.
“Forasteiros”, assim como os nativos, ou são do bem ou são do mal. Baseado neste raciocínio, voltamos à festiva noite do tucanato local para acentuar outro deslize do caráter humano impingido nos discursos, falamos aqui da hipocrisia. Hipócritas foram os discursos que emitiram o termo forasteiro como pejorativo atribuído a contrários da referida entidade política, mesmo porque eles, os pífios oradores, omitiram os “forasteiros” que lhe interessavam os quais nem é necessário citá-los. Uma vez que foi atirada a primeira pedra contra determinados forasteiros apenas porque tais são tidos como pedras no caminho de suas ambições cifradas de poder e vaidade, apenas por isto, não devemos esquecer dos “forasteiros” que tramitam irregularidades ao sabor do dinheiro público, que travam licitações de fazer inveja aos Irmãos Metralhas, que, no estilo fascista, usam do poder que lhe foram impostos para proteger bandidos; que desviam verbas públicas para contas particulares, que aumentam de maneira a se questionar os seus acervos de bens materiais com mais bois, mais terras, mais imóveis, mais carros de luxos, que se protegem de jagunços, laranjas ou testas de ferros como uma forma de confundir a receita federal, como uma forma de lesar a pátria e de drenar para o ralo do ostracismo qualquer vestígio movido pela moral, pelos bons costumes, pela honestidade. Ainda, forasteiros do mal transitam entre a drogas, quadrilhas de roubo de cargas e de sabe lá mais o que….
Não há dúvida alguma que naquele dia de outubro passado, na praça da matriz, os “forasteiros” citados e criticados não eram e não são os do mal. Forasteiros do bem os são em qualquer local e ocasião, em qualquer cidade, não precisam temer o Gaeco, a Receita ou a Polícia Federal, podem andar com a cabeça erguida em Angatuba, em Itapetininga, Capão Bonito ou Capela do Alto, etc. .
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Air, neste faroeste tem até ameaça de morte contra advogado. Forasteiros do mal não brincam em serviço!
graças aos forasteiro existe esta cidade, só olhando a história de Angatuba . só esta turma que diz isso foi mal na escola e nem tem diploma.