mar 23, 2016 Air Antunes Angatuba 1
“Ferrar” é uma gíria, um termo não muito usado pelos adeptos do jornalismo mais ortodoxo, não sensacionalista, no entanto, é difícil não usá-lo para um caso recentemente ocorrido em que uma funcionária do Centro de Saúde Dr. Renato de Carvalho Ribeiro, em Angatuba, expôs colegas de trabalho a uma situação complicada. Mediante os problemas constatados em todo o procedimento para a realização do concurso público da prefeitura, no último janeiro, algumas funcionárias resolveram ir à Promotoria Pública local para denunciar o que chamavam de irregularidade. Depois da ação efetuada, a funcionária Andrea Rodrigues Menk “ferrou” as colegas ao delatar , na prefeitura, de que foi à promotoria por elas coagida. A prefeitura, por sua vez, acionou a Comissão Permanente de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar, que já as notificou.
Andrea, auxiliar de enfermagem, sobrinha do médico Demian Menk, que é tio do prefeito, lavrou uma declaração, a registrou no Cartório de Notas de Protesto de Letras e Títulos de Angatuba, através da qual cita que foi “coagida no ambiente de trabalho pelas colegas (Maria Cristina Basile Toledo, Lívia Maria Graça Assunção Poznicov, Cátia Mara Matins, Élia Mariano da Silva Pires, Nilza Paes de Camargo Macedo e Cláudia Rodrigues de Almeida), para que fossem juntas, no horário de nosso trabalho, ao Ministério Público desta comarca, para comunicar uma denúncia inverídica quanto ao último concurso público realizado pela Prefeitura Municipal de Angatuba, com acusações de fraude, ilegalidade e outros acontecimentos que de fato não ocorreram”.
Na verdade, as funcionárias haviam ido à Promotoria e apresentaram denúncias não contra a prefeitura, mas contra o Indec (Instituto Nacional do Desenvolvimento Educacional e Capacitação), empresa que se responsabilizou pelas provas, contudo, tudo leva a crer que a ação da prefeitura contra as colegas de trabalho de Andrea tenha a ver também com perseguição política, por exemplo, a Maria Cristina Basile, que até foi candidata a vereadora no grupo do prefeito em 2012, hoje enfileira apoio político a grupo adversário. Não foi por coincidência que ela foi transferida do Centro de Saúde para o posto do bairro rural Boa Vista, assim como sua filha, também funcionária, igualmente foi removida. Élia, por sua vez, filiou-se recentemente ao PMDB, partido de oposição ao prefeito. Enfim, como tem sido de praxe no governo de Carlos Augusto Calá Turelli (PSDB), uma ação sua sempre está enredada em algum projeto de compensação caso a “vítima” seja ou se volte para seu lado, ou de perseguição caso a “vítima” não leia na sua garatujada cartilha,
A comissão, uma contradição
Algo que merece um olhar apurado nesta questão toda é a tal Comissão Permanente de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar, órgão da prefeitura criado em 2015, que na verdade é mais para estimular o ofício da “deduragem” no serviço público municipal. Pois, então, quem notificou as “vítimas” da funcionária Andrea foi esta comissão que, a elas, concedeu o prazo de cinco dias após dada a ciência, para responder por escrito. Segundo a notificação da Comissão, “Trata-se de procedimento administrativo com o escopo de apurar eventual responsabilidade de Vossa Senhoria, por, supostamente, ter praticado faltas graves perpetradas no exercício de suas funções, vez que, em 3 de março de 2016, foi realizado um protocolo na Prefeitura Municipal de Angatuba, sob o nº 066/2016, de autoria da sra. Andrea Rodrigues Menk…”.
O curioso é que assinaram a notificação, como integrantes da comissão, a secretária da Saúde, Luciane de Lima Ramachote, que fez o concurso e foi aprovada sob questionamento ( mesmo anterior ao concurso pois sua aprovação era prevista), que tramita no Ministério Público; e Cláudio Roberto de Lima que, na sua então função a frente da Guarda Municipal, praticou ato criminalizado como Abuso de Personalidade Jurídica/Desvio de Finalidade, pelo Tribunal de Justiça, e, por conta disso, em não conseguindo provar o contrário, causou um prejuízo aos cofres públicos superior a R$ 800 mil, uma vez que os funcionários prejudicados haviam tramitado ações por danos morais.
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Nao acredito que isso também está acontecendo aqui também! Será delação premiada?
rsrsrs