jul 16, 2014 Air Antunes Angatuba 0
O governador Lucas Garcez desfilando por rua de Angatuba juntamente com assessores e autoridades municipais. O povo o recepcionando nas calçadas
Corria o primeiro semestre do ano 1953 quando o governador do Estado Lucas Nogueira Garcez visitou Angatuba. Ele e sua comitiva, com as autoridades municipais, caminharam por algumas ruas da cidade antes de chegarem ao Centro Literário Júlio Prestes, local na esquina das ruas Tenente José Marcos de Albuquerque e Tenente Castelo Branco (estas ruas passaram a ter tais nomes décadas depois). Acomodados no Centro diante de mesas decoradas e preparadas para o lauto almoço, os convidados foram testemunhas de um discurso, de Garcez, que fugiu das palavras de praxe numa visita como aquela. Ele simplesmente discursou declarando o fim de seu apoio a Adhemar de Barros, a quem sucedeu no governo do Estado com o apoio do próprio governador. Traição, decisão correta, seja lá como pudesse ser identificada a decisão de Garcez, ocorre que seu discurso , dentro das proporções da época, chegou rápido a São Paulo, e não demorou para a imprensa paulistana repercutir o fato para todo o Estado e juntamente com a repercussão projetando o nome de Angatuba em todo o território paulista.
Na sequência, a matéria sobre o discurso do governador no jornal O Estado de São Paulo, o Estadão como também chamamos hoje, em sua edição de domingo, 10 de maio de 1953.
Sobre Lucas Garcez
Nascido em São Paulo no dia 9 de dezembro de 1913, Lucas Nogueira Garcez era engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, onde foi professor. Recebeu o título de professor doutor em 1946 e professor emérito em 1964, sendo o sexto doutor a receber essa honraria. Sua vida profissional começou a ganhar destaque quando assumiu a superintendência da construção da usina hidrelétrica de Avanhandava (1940) e da Fábrica Nacional de Motores (FNM-1943). Prosseguiu atuando nas áreas de saneamento e de saúde pública até que, em 1949, ocupou o cargo de Secretário de Estado de Viação e Obras Públicas, onde conseguiu a projeção de seu nome a fim de ser eleito governador. Eleito com o apoio do governador Adhemar Pereira de Barros,dele se afastou após assumir o cargo de governador em 1951. Nas eleições seguintes, em 1954 não apoiou Adhemar, que pretendia voltar ao Governo de São Paulo, o que facilitou a vitória de Jânio Quadros.
Durante seu mandato criou o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), as Usinas Hidrelétricas do Paranapanema (USELPA), o Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho, o Departamento de Assistência Médico-Hospitalar ao Servidor Público Estadual e o Fundo de Amparo ao Menor. Foi grande incentivador da construção de usinas hidrelétricas, vindo a inaugurar as usinas de Salto Grande, Limoeiro, Euclides da Cunha e Barra Bonita, bem como os aeroportos de Congonhas e Viracopos e a finalização das obras da Via Anchieta. Seu governo instituiu um plano de desenvolvimento estadual denominado PAGE (Plano de Ação do Governo Estadual).
Após seu governo prosseguiu a carreira de docente e pesquisador na universidade e em institutos de pesquisa, não abandonando, contudo a política, pois em 1970 foi presidente da Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Ainda no período de 1967 a 1975 foi diretor das Centrais Elétricas de São Paulo (CESP) e, posteriormente, entre 1979 e 1982, presidente da Eletropaulo no governo estadual de Paulo Maluf, cargo que ocupou até o seu falecimento em 11 de maio de 1982. Foi autor de diversos livros destacando-se “Hidrologia” e “Engenharia Hidráulica e Sanitária”, ambos publicados pela Editora Blucher.
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