mar 24, 2017 Air Antunes Angatuba 0
Angatuba viveu nos últimos oito anos uma euforia festiva sem tamanho, algo como a “a Ilha da Fantasia”, como queriam os mandatários de então. A administração municipal passada, no poder desde o início de 2009, acreditava que o circo tinha que se sobrepor ao pão na maneira de governar, na hierarquia das prioridades e, também, creditava às festas o sucesso das urnas algo que até ocorreu em 2012, muitos reelegeram o prefeito apenas por causa dos rodeios e seus shows quase hollywoodianos em termos de produção, em detrimento da crise na saúde, das estradas rurais esculhambadas, da educação em declínio assim como o meio ambiente e os curiosos casos do núcleo Minha Casa, Minha Vida e 212 casas do CDHU no Domingos Orsi II.
Por algum tempo pessoas até viravam a cara quando outros criticavam o abuso com as romanescas festas angatubenses. “O lazer é um direito do cidadão” estava se tornando um jargão da moda apesar de infame neste caso. Sim, o lazer é um direito do cidadãos mas não aquele que custa R$ 200 mil num show, por exemplo, do Chitãozinho e Xororoó, pago com os cofres públicos. Lazer é um direito do cidadão mas não aquele que requer rodeio-show ao custo de R$ 2 milhões aproximadamente. Sobre tais festas, bom lembrar da exploração externa, a da praça de alimentos que também levava todo o dinheiro que poderia ter ficado no comércio local
Quando se diz que o poder público é obrigado a conceder lazer isso inclui praça pública construída no bairro, pois a praça representa um status lazeiroso para o cidadão. Quando a prefeitura fecha uma rua, num final de semana, a tornando rua para crianças, jovens e pessoas mais velhas se divertirem com suas criatividades contando com o apoio do poder público, isso sim faz parte do pacote de entretenimento oferecido aos munícipes, assim como o cinema ao ar livre, a banda tocando no coreto da praça, as exposições dos artistas plásticos, as apresentações de seus grupos de dança e de teatro, dos músicos locais, as apresentações folclóricas, etc. Não tem cabimento num município pequeno, o prefeito subtrair, do imposto pago pelos cidadãos, somas absurdamente altas para pagar artistas profissionais, destes que desfilam pelos auditórios dos programas de maior audiência da televisão, alguns deles extremamente descartáveis.
Válido ressaltar aqui que para tais acontecimentos nunca, jamais, Secretaria de Estado da Cultura e Ministério da Cultura mandavam dinheiro. Verba pública para festividades até existem mas apenas para as realizações que geram lucro, como as feiras, por exemplo e quem as envia neste caso é o Ministério do Turismo que para viabilizar o recurso exige projeto, faz exigências que Angatuba não conseguiria atender como rede hoteleira compatível com a dimensão do acontecimento. Quer dizer, a verba não é para pagar shows artísticos mas sim para organizar as feiras anexas (de gado, máquinas agrícolas, veículos, moda country, etc.).
Angatuba vinha sendo um dos poucos municípios que ainda faziam extravagâncias com o dinheiro público, para fins festivos, diga-se de passagem as megas festas. As grandes festas , destas para encantar até a grande mídia e atender à sanha das televisões regionais que cobram alto para divulgá-las, até podem ser realizadas mas desde que bancadas por cooperativas, associações ou mesmo por indústrias cervejeiras, como o Rock in Rio em relação à Schin, como ocorrem em Itapetininga, Avaré, etc.
Enfim, o povo precisa entender e, com certeza o de Angatuba entendeu muito bem tanto que nas urnas, em outubro passado, derrotou magistralmente o candidato estampado de megas festas. O povo entendeu que para saúde precária, principalmente, e para a falta de moradia decente, não será a dupla Chitãozinho e Xororó que vai dar jeito.
A propósito, por conta dos absurdos cometidos na gestão passada, dos gastos exorbitantes com festas, é que a atual administração municipal se obrigou a decretar o estado de calamidade financeira e administrativa. A singela comemoração do aniversário da cidade deste ano não poderia ultrapassar aquela dimensão, mas mesmo assim valeu o esforço e mesmo assim a programação foi aprovada por uma grande parcela da sociedade local.
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