Nestes tempos de crise, aprofundados consideravelmente nos últimos dois anos, a maior preocupação das prefeituras é principalmente com a saúde, e nesta semana que se inicia os motivos para se preocupar aumentam muito mais, já que o governo federal decide compensar um controle nas altas dos preços dos combustíveis reduzindo repasses para a Saúde e Educação, o que é uma lástima. Infelizmente, isto que pode ser considerado uma tragédia não navega sozinho no mar das lamentações de gestores público, instituições e população em geral, a questão ambiental sempre observada no país como prioridade de segundo plano, em algumas localidades em últimos planos, aponta um futuro nada prazeroso para a raça humana. Prefeituras não têm recursos para investir na ecologia, em recuperar o estrago feito ao longo de décadas e décadas, pois, como se vê, o desmatamento para abrigar pastagens, a erradicação de nascentes provocadas pelo uso inadequado da terra, tudo isto era feito como se o planeta fosse uma fonte inesgotável de recursos naturais. Dentro desta realidade, Angatuba, por exemplo, é um município que deve enfrentar, podendo ou não, um enorme desafio para recuperar sua vegetação natural. Que nesta Semana Mundial do Meio Ambiente o tema se torne uma reflexão.
Nas últimas avaliações do Sistema de Informações Florestais do Estado de São Paulo (SIFESP), órgão vinculado a Secretaria do Meio Ambiente, a vegetação natural de Angatuba é de 8.680 há., ou seja, um percentual de 8,4% da área total do município que é de 1.028, 72 km2. Detalhando mais ainda, o município tem apenas 1,91% de cobertura vegetal, 5,37 de capoeira (vegetação secundária composta por gramíneas e arbustos esparsos), 0,76% de cerrado; 0,32 de campo cerrado e 16,63% de vegetação de várzea. Da vegetação natural 1,7% é gerenciado pelo Instituto Florestal. Na Bacia do Alto Paranapanema, que conta com 34 cidade, e a qual pertence Angatuba, apenas 16 município possuem uma área de vegetação natural superior a 10% .
A expectativa é de que no esforço das prefeituras em alcançar pontuação decente no Programa Município Verde Azul –PMVA-, lançado em 2007, e que tem o propósito de medir a eficiência ambiental, os municípios se atentem também pela recuperação da vegetação natural. Angatuba, por sua vez, tem se esforçado e até conseguiu avançar 273 pontos no PMVA, em 2017, em relação ao ano anterior, mas ainda com pouca investida neste quesito, o que é justificável considerando ser o ano passado o primeiro de uma administração que herdou quase que 100% de dificuldades da administração anterior.
Espera-se , igualmente, que a situação angatubense possa ser minimizada com a implantação de uma efetiva política ambiental (com a palavra a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Agricultura) que venha preservar o restante da vegetação natural. Plantar árvores nativas da região é outra saída. Nas administrações municipais 2001/2008 houve esta preocupação e muitas árvores típicas do município foram plantadas. É fato que a vegetação natural vem, faz muito tempo, se reduzindo por causa das formações de pastos e do cultivo de árvores como o eucalipto e do pinus, que nem são brasileiras, para fins comerciais.