mar 04, 2014 Air Antunes Efeméride Musical 0
MIRIAM MAKEBA- Zenzile Miriam Makeba, cantora sul-africana também conhecida como “Mama África” e grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid na sua terra natal. Miriam Makeba começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, apesar de vender bastante discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora. O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come Back, África, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza daquele ano. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano. Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prêmio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba . Nessa época também trabalhou com o brasileiro Sivuca. Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comitê das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram cassados, tornando-se apátrida. Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prêmio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa. Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção “A Luta Continua” (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias. A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu. Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976. Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas “por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial”, Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma digressão de despedida, com dezoito meses de duração. Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu um ataque cardíaco e morreu no hospital na madrugada do dia 10 de novembro. Nasceu em Joanesburgo em 4 de março de 1932, morreu em Castel Volturno em 10 de novembro de 2008.
PAUL MAURIAT- Famoso orquestrador francês, especializado em Easy Listening. Seu trabalho mais famoso é de 1968: “L’amour est bleu” (“Love is Blue”), originalmente gravado Aos quatro anos, iniciou seus estudos de piano. Aos dez, entrou para o Conservatório de Paris decidindo ser concertista. O encontro com o jazz, entretanto, mudou os planos iniciais de Mauriat. O novo ritmo decididamente influenciou o estilo que o tornaria famoso em todo o mundo. Aos dezessete anos organizou sua própria orquestra, apresentando-se em cabarés e teatros na França e em outros países da Europa. Na década de 50, tornou-se o arranjador preferido de vários cantores franceses, entre os quais se destaca a figura de Charles Aznavour. Mauriat se retirou da profissão em 1998, num último show em Osaka, Japão. Sua orquestra ainda faz shows pelo mundo, inclusive duas viagens para a China. Entre seus maiores sucessos, os mais conhecidos são “L’Amour est bleu”, “El Bimbo” e “Penelope”. Em 2002 o escritor e perito na vida do maestro, Serge Elhaik, lançou uma biografia autorizada escrita em francês, denominada “Une Vie en Bleu” (“Uma Vida em Azul”). Esta biografia contém valiosas informações sobre a discografia de Mauriat e muitas fotos dele e de sua orquestra. Nasceu em Marselha, em 4 de março de 1925, morreu em Perpinhã, em 3 de novembro de 2006.
LUCIO DALA– Cantor e compositor, era também tecladista e clarinetista, sendo um dos mais célebres cantores italianos, considerando que sua carreira ultrapassou 50 anos de atividade artística. Musicista cuja formação foi ao som de jazz, reconhecido então como autor de suas canções já numa fase madura, tocou como clarinetista e saxofonista, e às vezes como tecladista. A sua produção musical atravessou muitas fases, desde a estação beat à experimentação rítmica e musical, até a canção de autor, indo além do limite das letras e canções italianas. Nasceu em Bolonha em 4 de março de 1943, morreu em Montreux em 1º de março de 2012.
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