fev 26, 2015 Air Antunes Artigos 0
Seria uma maravilha no sistema a água em abundância, a saúde pública em estado de perfeição e verbas suficientes para atender a todas as necessidades da população, mas tudo isso de uma vez só tem sido praticamente impossível para a maioria dos municípios. Dois mil e quinze começou apresentando problemas provocados pela seca saariana do ano passado e por conta disso a água tornou-se escassa. Paralelamente, apesar de todos os esforços do governo federal a saúde continua em estado de caos em muitos municípios, falta de médicos, atendimento precário no setor, mercenarismo configurado entre esses profissionais cujos, em suas formaturas, prometem fazer da profissão uma vocação em benefício do ser humano indistintamente. Além de tudo isso, a população se vê diante de administrações públicas desonestas, destas que desviam verbas para o enriquecimento ilícito dos mandatários, assessores próximos e familiares, e que enganam o povo promovendo festas e festas enquanto com tais eventos ficam mais ricos ainda via superfaturamentos.
Neste início de ano soube-se que muitos prefeitos optaram em priorizar o que realmente é de primeira necessidade para a população. Bem por causa disso, vários prefeitos de cidades, muito mais desenvolvidas que Angatuba, cancelaram seus carnavais, ou reduziram seus custos, pelo menos naquilo que depende da prefeitura, ou até mesmo outras realizações festivas do âmbito público. É lógico que a população gosta de festas e que às vezes, até irresponsavelmente, vota em determinado candidato porque circo é o que ele promete.
Não adianta a população se iludir com festas ( do peão, por exemplo) , ela também é responsável e precisa entender que se haver necessidade, que se cancele tudo o que é supérfluo. De nada adianta noites eufóricas de alegria, brilhantes, com shows caríssimos para o padrão do município, e depois voltar à velha rotina protagonizada por péssimo serviço de saúde pública, de uma educação cada vez mais precária em que até encontram-se professores sem formação qualificada, de estradas rurais praticamente intransitáveis, de falta de água, e, mais recentemente, com interrupções frequentes de energia elétrica.
O povo às vezes é levado no bico por seus representantes políticos mais próximos, uma vez que esses os estão lesando em seus direitos. Contraditoriamente, o povo defende o vilão como se fosse o herói. Festas só são viáveis quando os setores prioritários estão muito bem desenvolvidos. Se acaso a situação não está boa, que se promova festas menos glamurosas, ou então que as cancele, como inúmeros prefeitos estão fazendo, até que tudo volte ao normal. Não se pode ficar enganando a todos e a si próprio a todo momento.
Quando vale a pena promover festas? Quando tais eventos aquecem a economia da cidade, quando comerciantes locais engordam seus ganhos e contribuem com o município para o recolhimento do ICMS maior. O que ganha o município quando promove festa nas quais saem ganhando os comerciantes de outras cidades ? E não vale ficar repassando a mentira de que o município recebe verba do estado ou da União para tais festas, porque não recebe. Aliás, em Angatuba esta mentira é difundida até por quem tem uma formação intelectual maior. Professores , por exemplo, acreditar e difundir isso é algo de se lamentar.
Promover festas glamurosas só tem sentido se o município tiver retorno, que isso fique bem claro. São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, entre outras capitais ou cidades que são turísticas pelas suas belezas naturais ou por serem culturalmente apreciadas, para a realização de seus carnavais ou outros eventos, recebem verbas da Embratur (Empresa Brrasileira de Turismo), dos fortes sindicatos de hotéis e restaurantes, da televisão, que paga cachês para as escolas de samba, enfim, e suas economias se aquecem. Até a Copa do Mundo que sofreu críticas de muitos desavisados, desinformados, foi um magnífico fator de aquecimento nas economias das cidades-sedes.Além do gordo cachê que a a Federação Internacional de Futebol (Fifa) repassou ao país, a maior entidade do futebol mundial anunciou em 29 de janeiro passado que investirá US$ 100 milhões no desenvolvimento do futebol no Brasil. Os recursos são do Fundo de Legado da Copa do Mundo de 2014 e serão direcionados para os 15 estados que não sediaram jogos do Mundial. A maior parte do montante (60%) será destinada a obras de infraestrutura e 30% a ações de apoio a atletas em formação (categorias de base) e ao futebol feminino.
Definitivamente, também não dá para entender quando prefeito vive falando em falta de recurso para dar aumento para funcionários mas não abre mão de oferecer o circo!
E vamos ser realistas, saúde e educação não combinam com festa do peão!
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