dez 04, 2013 Air Antunes Angatuba 4
Até setembro deste ano, Angatuba foi palco de 14 ocorrências de portes de entorpecentes, duas de tráfico de entorpecentes, três de apreensão de entorpecentes, quatro de porte ilegal de armas, oito de armas de fogo apreendidos, 20 de flagrantes lavrados. houve ainda dois flagrantes de infratores apreendidos, dois infratores apreendidos por mandados, 26 pessoas presas em flagrantes, 11 pessoas presas por mandados, 25 prisões efetuadas, seis veículos recuperados. Houve no período 231 inquéritos policiais instaurados. Como se vê a “pequena notável” não é lá mais aquele mar de tranquilidade de outros tempos. Estes dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública, mas há ainda aquelas ocorrências que não são registradas e que não são poucas.
No centro da “pequena notável”, em plena luz do dia cidadão leva tiro no rosto, fato ocorrido recentemente. Enquanto isso em alguns pontos da cidade jovens consomem suas drogas em plena luz do dia e à vista de quem quiser ver. Dados dão conta de que em 2012 houve 229 furtos, 119 a mais que em 2001. Ainda, no ano passado, houve 15 furtos e roubos de veículos.
“Pequena notável” é a denominação concedida a Angatuba em matéria publicada em setembro de 2010 pela revista “Diálogo Debates”, da Escola Paulista de Magistratura. A matéria assinada pelo jornalista Thiago Tangi apresenta novidades no judiciário com a vinda para o município do juiz de direito Alexandre Levy Perrucci, autoridade que demonstrou apreço fora do comum pela gestão de Carlos Augusto Turelli (PSDB), a frente do Executivo municipal desde 2009, tanto que mesmo morando em Pindamonhangaba, para aonde foi no meio do ano passado assumir uma vara, veio a Angatuba para as eleições municipais, ocasião em que foi visto com o grupo tucano, e há até quem diga que ele comemorou a vitória (reeleição) do prefeito. Quando trabalhou em Angatuba, entre outras ações, atendeu à liminar de Calá que pedia o direito de não responder às indagações da câmara municipal. Enquanto isto, o líder do prefeito na câmara, o então vereador (hoje vice-prefeito), em sessão ordinária no início de 2011, elogiou efusivamente o juiz Perrucci por este ter liberado o prefeito de responsabilidade no caso dos lotes que, de um instante para outro, foram tirados de seus legítimos proprietários e transferidos para Djalma Fernando Poziteli, o cunhado do prefeito que agora se encontra preso na penitenciária de Capela do Alto, e do assessor de Calá, Luiz Fernando de Lima Bertolai, o conhecido Branco.
Este pequeno relato sobre o estreito relacionamento entre juiz, prefeito, seus familiares e grupo, que corriqueiramente eram vistos em pizzarias, pesqueiros, etc., além de reuniões festivas em suas próprias casas como já foi testemunhado, vem ao encontro da expectativa gerada por eles sobre a população de que pelo menos em termos de segurança cidadãos angatubenses poderiam ficar tranquilos, mas não foi o que aconteceu. O juiz logo que chegou a Angatuba participou de palestras, reuniões, discursou para estudantes sobre o tema drogas, e tudo isto até lhe valeu a aprovação de um título de cidadania angatubense pela câmara, em 2009, algo que até hoje ainda não foi entregue e sabe lá se ainda vai.
A “pequena notável” não vingou em seus objetivos de cidade segura, não se configurou nos discursos das citadas autoridades naquela matéria da revista “Diálogo e Debates” transcrita na íntegra, na sequência:
Thiago Tangi
Em Angatuba se misturam todos os ingredientes de uma típica cidade do interior paulista. Na espaçosa praça central, a presença da igreja, do coreto e das barracas de comida não deixam dúvidas disso. As ruas tranqüilas, sem o barulho incessante de buzinas e motores, também compõem o charmoso clima interiorano.Contudo, engana-se quem pensa que o município, localizado a 206 km da capital, está estagnado no passado. Se depender de Alexandre Levy Perrucci, juiz titular da única vara da comarca, a cidade ficará marcada por suas inovações.
“Quando eu vim para cá, falei para minha esposa nem tirar a mudança e as coisas da caixa, porque só queria fazer uma passagem por aqui e ir para uma cidade maior, para ficar perto de São Paulo”, conta. Contudo, por aquele ser um ano eleitoral, os concursos oficiais foram suspensos e o juiz acabou gostando da nova vida e se apegando à comunidade. “A cidade é pequena, mas tem tudo. E o pouco que não tem a gente vai ajudando a trazer”, afirma.
Segundo Perrucci, a boa relação com a comunidade é essencial para que a Justiça consiga desempenhar um bom trabalho. “Aqui, todo mundo sabe onde eu moro, quem é minha esposa, quem são os meus filhos. O pessoal me para na rua, conversa comigo, faz solicitações, pede orientação. Em uma comunidade pequena do interior, o juiz acaba exercendo um papel muito mais próximo da população”, afirma.
Apesar de não ser uma cidade violenta, Angatuba enfrenta um problema que se repete em muitos lugares do Brasil e do mundo: o uso de drogas por parte dos jovens. “A vinda de drogas mais pesadas como o crack acaba desencadeando uma série de problemas como pequenos furtos e prostituição infantil. E, pelo número de habitantes da cidade, o aumento de uso de drogas vem sendo bem visível”, comenta o juiz. Assim, Perrucci passou a desenvolver projetos para buscar solucionar essa questão. Junto com a prefeitura, pretende construir um “parque da juventude” em um campo de várzea abandonado, que costuma ser um posto de consumo de drogas. Além de destinar o dinheiro de multas para essa construção, o magistrado planeja impor a pena de doação de “cestas de cimento”, em vez de cestas básicas de alimento, como modo de agilizar a construção do parque.
Outro projeto em gestação é a instalação de um cine-teatro, a fim de proporcionar mais opções de lazer para a população. “Como não tem muito que fazer, os jovens ficam na rua e isso acaba gerando processos para nós”, diz Perrucci.
“A vinda de drogas mais pesadas como o crack acaba desencadeando uma série de problemas como pequenos furtos e prostituição infantil. E, pelo número de habitantes da cidade, o aumento de uso de drogas vem sendo bem visível”, comenta o juiz
A PALAVRA DO PREFEITO Evidentemente, todas essas iniciativas não passam despercebidas pelo povo de Angatuba. Em seu gabinete, o prefeito da cidade, Carlos Augusto Rodrigues de Morais Turelli, dirige grandes elogios à ação do magistrado. “Temos a sorte de contar com um juiz como o doutor Alexandre, que é uma excelente pessoa, um homem justo e que desempenha muito bem o seu trabalho”, avaliza.
O prefeito salienta a importância do trabalho conjunto realizado entre o poder Executivo e o poder Judiciário: “Nós somos alinhados com o juiz, o posicionamos sobre tudo o que acontece por aqui e ele também nos ajuda, dando opiniões e apresentando projetos muito bons. Ele não tem ajudado a cidade só como juiz, mas como munícipe e cidadão”, garante.
Voltar para São Paulo ? Não tão cedo. “Minha casa nova ficará pronta daqui seis meses. Então, pretendo permanecer um bom tempo por aqui, não estou com pressa de sair. No interior você aprende um novo jeito de fazer justiça”, concluiu.
happy wheelsnov 26, 2023 0
out 10, 2023 0
out 03, 2023 0
ago 25, 2023 0
“(…) NO INTERIOR VOCÊ APRENDE UM NOVO JEITO DE FAZER JUSTIÇA”…..
QUE PÉSSIMO EXEMPLO DE JUSTIÇA!!!!!!!!!!!!!!!!!
caso para o GAECO MESMO……….
Ei, Air, você sabe qual é a ARTORIDADE de Angatuba que estava adquirindo diploma de advogado na UniBan ?
Caso de polícia federal, de Gaeco, de uma investigação profunda mesmo porque a cidade já se tornou um caso de imoralidade, de desonestidade e ainda todos têm que ficar quietos pois se não vem boletins de ocorrência.