set 09, 2013 Air Antunes Ilustrada 0
Ao longo de décadas a Câmara Municipal de Angatuba apresenta, entre suas inúmeras proposituras, homenagens como títulos de cidadania e denominações de ruas, praças ou espaços públicos. Sobre estas homenagens, se algumas são merecidas outras são muito questionáveis, para não dizer, sem merecimento.
Homenageiam determinada pessoa com nome de rua apenas porque ela era “boazinha”, amiga do vereador, membro de grande família. Se ser bom é mais obrigação do que virtude vale perguntar onde estão os méritos? Se se dá título de cidadania ao deputado, ao governador, ao político que foi eleito para exercer uma função em benefício do povo, vale lembrar que o que desempenha não é mérito, é obrigação. Aliás, sobre títulos de cidadania isto é algo que acabou se tornando, como tantas outras práticas nobres no município, algo banalizado.
A matéria, pois, quer mesmo se referir a outra questão, ao fato de que houve pessoas que projetaram Angatuba por aquilo que fizeram e que no entanto poucos conhecem, ou se conhecem não sabem com profundidade o que fizeram. Não ganharam nomes de ruas ou títulos de cidadania. Um nasceu aqui e fez nome na comunicação e o outro chegou revestido de competência, do talento no teatro, na televisão e no cinema.
A matéria refere-se à duas celebridades, podemos dizer assim, lembrando que outras serão destacadas em novas ocasiões. Referimos a José Carlos Vieira de Morais, o Tico Tico e Altair Lima.
Tico Tico
Nascido em Angatuba no dia 24 de novembro de 1922, José Carlos Moraes, o Tico Tico, como era conhecido, foi um dos primeiros repórteres da televisão brasileira. Foi ele quem montou o primeiro sistema de alto falantes da praça da matriz no qual iniciou sua carreira de locutor.
Seguiu pra São Paulo, formou-se advogado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco mas não deixou a função de repórter.
Filho de Cornélio Vieira de Morais, prefeito de Angatuba na década de 1930 , neto de Cornélio Vieira de Camargo, conhecido político de Tatuí que entre outras fundou Quadra, e irmão de Cornélio Vieira de Morais Jr., secretário de Justiça da prefeitura de São Paulo, na administração de Jânio Quadros, Tico Tico teve seu primeiro emprego na Agência Nacional.
Trabalhou na Radio Educadora Paulista, Radio São Paulo, Radio Panamericana, Radio Record, Radio Bandeirantes, Radio Tupi Difusora. Entrevistou todos os papas de sua época assim como personalidades máximas, políticos do mundo inteiro. Foi capaz de colocar-se no para-lama do carro do presidente norte-americano Dwight Eisenhower , para entrevistá-lo. Também entrevistou Ernesto “Che” Guevara, Fidel Castro, John Kennedy, e vários outros. Esteve na União Soviética, ainda durante a Guerra Fria. Passou para a televisão e foi o primeiro a adaptar um pequeno teipe, para agilizar as gravações. Com Maurício Loureiro Gama, iniciou os jornais vespertinos. Fez, por vários anos, o jornal Edição Extra, na TV Tupi de São Paulo.
Morreu em 15 de setembro de 1999.
Altair Lima
Natural de Barretos, Altair Lima morou em Angatuba onde morreu no dia 24 de dezembro de 2002. Ator com 43 anos de profissão, em 1969 produziu e interpretou um dos personagens no musical “Hair”, que lhe rendeu o prêmio Roquete Pinto. Em 1996, voltou à TV na novela da TV Manchete “Xica da Silva”, de Walter Avancini. Por sua interpretação do asqueroso capitão do mato Jacobino, foi indicado para prêmio de Melhor Ator. Lima atuou no teatro e também participou da novela “Roda da Vida”, da Rede Record. O último trabalho do ator foi na peça “Hamlet – Mensageiro da Agonia”, que estava em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso.
Altair Lima teve papéis de destaque em várias telenovelas da Tupi, Excelsior, Record e Bandeirantes, como “A Viagem” (1976), “A Deusa Vencida” (1965), “O Tempo e o Vento” (1967), “Os Imigrantes” (1981) e “Gaivotas” (1979). Na Globo, atuou em “Corrida do Ouro”, de Gilberto Braga. No cinema, trabalhou em filmes como Xica da Silva (1976), “Um Intruso no Paraíso” (1973), “Fruto do Amor” (1981), “O Segredo da Múmia” (1982), “Bicho de Sete Cabeças” (2001) e “Narradores de Javé” (2003).
Foi casado duas vezes, a primeira com a atriz Maria Célia Camargo e a segunda com a também já falecida atriz Isabel Ribeiro, com quem teve dois filhos.
Teledramaturgia
1963: As Chaves do Reino
1964: A Gata: Rodrigo
1964: Melodia Fatal
1964: Uma Sombra em Minha Vida
1965: A Deusa Vencida: Lineu
1965: A Grande Viagem: Henrique
1965: Ainda Resta uma Esperança: Guilherme
1965: Eu Quero Você: Gabriel
1966: Ninguém Crê em Mim: Otávio
1967: O Anjo Assassino: Arthur
1967: O Grande Segredo
1967: O Morro dos Ventos Uivantes: Heathcliff
1967: O Tempo e o Vento
1968: A Última Testemunha: Maurício
1969: Algemas de Ouro: Cláudio
1971: Hospital
1972: O Leopardo: Vito de Almeida
1974: Corrida do Ouro: João Paulo
1975: A Viagem: César Jordão
1976: Xica da Silva: Intendente
1979: Gaivotas: Alberto
1980: A Deusa Vencida: Lineu
1981: Os Imigrantes: Antonio Hernández
1983: Parabéns pra Você: Tito
1988: Chapadão do Bugre: Tonho Inácio
1996: Xica da Silva: Capitão do Mato Jacobino da Silva
1997: Mandacaru: Desidério
1999: Louca Paixão: Jacinto Leão
2001: Roda da Vida: Joaquim
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