out 23, 2015 Air Antunes Angatuba 1
A corrupção deve ser combatida como dever moral, como regra dos bons princípios, e não como bandeira, ou pretexto, eleitoral. É de praxe, desde tenra idade, aprender com os nossos pais (para aqueles que os têm em conta como cidadãos de bem), que não podemos nos apossar do que é dos outros indevidamente. Quando crianças, deveríamos voltar para a casa apenas com a satisfação de ter brincado bastante, mas nada de trazer um brinquedo dos amiguinhos, a não ser que fosse presente, ou algum objeto da escola. Ser honesto é princípio básico para se viver em sociedade, para desempenhar sua lida diária tanto como subordinado quanto como administrador de uma empresa ou um órgão público sem que seja necessário lesar pessoas, grupos, o cidadão em geral naquilo que lhes é de direito.
Como político, principalmente, zelar pelo bem público como algo que não é seu mas de toda comunidade, é sagrado. Aliás, a função política, na teoria, requer do cidadão até uma espécie de devoção, de entrega, à luta pelo bem de todos, para o desenvolvimento de uma sociedade, para o crescimento do ser humano não apenas em termos materiais como também para sua evolução moral, cultural, algo que refletirá nas gerações futuras como o que melhor foi herdado dos seus ancestrais.
Agora, o país se indigna por causa do grande número de fatos corruptivos, algo que atinge todas as agremiações partidárias, porém, em volume não maior do que 20, 30, 40 anos atrás, uma vez que vivemos hoje um momento democrático, jamais visto, que permite aos órgãos de comunicação usufruírem ao máximo de noticiar o que bem entendem e como querem sem qualquer assédio de censores e de suas censuras. Ainda, tem as redes sociais que repercutem mais ainda os acontecimentos, embora muitas vezes rebuscadas de boatos, fofocas e calúnias. E não se pode esquecer, também, que no passado, dos anos 90 para trás, governos preferiam ter a Polícia Federal não trabalhando como atualmente, mas retidas em seus redutos, sem que fizessem alardes, e, além disso, contavam com uma mídia tendenciosa, conivente, que auxiliava corruptos na varrição da sujeira para debaixo do tapete.
Neste quadro todo, a corrupção até acaba sendo instrumento político eleitoral, afinal aos olhos de toda coletividade, sair por aí falando contra a corrupção, sem qualquer esboçar de que a combate, é simpático, é ganhar pontos entre os eleitores. E assim o fez o prefeito de Angatuba, Carlos Augusto Calá Turelli (PSDB), quando grava vídeo para divulgar no Facebook, afirmando que está regulamentando, em nível municipal, lei federal de combate à corrupção. Pasmém…o prefeito Calá!
Por que questionar o prefeito?– Quando o prefeito Calá assume combater a corrupção, o fato além de ser hilário é irônico, e não podemos deixar de identificá-lo, como Cervantes identificou seu quixotesco personagem , de “o cavaleiro da triste figura”. A iniciativa partindo dele não suscita solidariedade alguma em quem quer que seja. Calá, com seu grupo político local, tem tanta moral em combater a corrupção quanto o traficante Fernandinho Beira Mar a tem em produzir cartilha de combate ao tráfico de drogas. No caso de Angatuba, independentemente de quem seja o prefeito, o órgão que em princípio deve ser fiscalizado pela população, pela Câmara Municipal que hoje, curiosamente, é uma secretaria do prefeito, é o Poder Executivo. Quanto a Calá, e a seu grupo, razões são inúmeras que nos fazem pensar assim.
As razões- O prefeito Calá não é o político apropriado para combater a corrupção por inúmeros casos, entre tantos outros , os quais elencamos na sequência:
-Munícipes proprietários de lotes numa área periférica do município, após pagarem mais de 15 anos de IPTU, de um dia para outro se viram roubados pelo cunhado do prefeito e pelo fiel escudeiro, uma espécie de assessor especial, do chefe do executivo, que tiveram todos esses imóveis passados para os seus nomes. De graça, com o aval de Calá. Restou aos proprietários , como diz a gíria, “reclamar ao bispo”.
-No ano de 2012, em momento que faltava água em vários bairros do município, água do ribeirão que abastece os cidadãos angatubenses via Sabesp,foi desviada para dar de beber ao gado do cunhado milionário do prefeito. Embora o fato tenha sido amplamente noticiado e repercutido naquele ano, o prefeito foi reeleito, talvez até por causa da promessa de que instalaria uma unidade da Hyunday, montadora de veículos coreana, em Angatuba.
-A prefeitura contrata o escritório advocatício Castellucci & Figueiredo, de São Paulo, a peso de ouro, mesmo tendo assessoria jurídica, e, conluiados, esquematizam irregularidade que já soma mais de R$ 12 milhões em multas cobradas pela justiça, que deverão ser arcadas pelo prefeito e que, como ele, o culpado disso tudo, sempre joga para a prefeitura a incumbência de suas estravagâncias, o povo é quem certamente vai pagar.
–Enquanto assessores municipais em governos passados não ganhavam ao menos mil reais, quando muito, em diárias em quatro anos, no governo de Calá, assessor chegou a ganhar R$ 92 mil em diárias apenas em 2012, isso um deles, pois uma boa turma , no mesmo período, ganhou soma superior a R$ 10 mil; houve ganhos de R$ 32 mil, de R$ 64 mil, apenas como alguns exemplos.
-Também, em 2012, a prefeitura pagou R$ 75 mil em taxa de arbitragens, soma em que, se tratando do esporte amador local, não dispenderia valor superior a R$ 8 mil anuais.
-O prefeito tem que pagar de seu próprio bolso, até o momento, em dívidas trabalhistas, soma que beira a R$ 5 milhões.
-Saúde! Ah, saúde! O setor é deficitário mesmo quando existe gestão honesta mas,, em Angatuba, meia dúzia (só isso?) se dá muito bem financeiramente. Que o diga o tio do prefeito, médico proprietário da clínica e diretor do centro cirúrgico da Santa Casa. Em relação à saúde em Angatuba ocorrem coisas inacreditáveis”
–O vice-prefeito construiu sua casa com grande parte de matérial público, como foi constatado em vídeo. Nem precisa dizer mais nada!
-Nepotismo!
-Cconcursos (???!!!)!
-Compras de votos (???!!!!;
-Compra de diploma.
-Minha Casa , Minha Vida e a construtora fantasma!
-Casas do CDHU, intermináveis…E o dinheiro?
-Tio do prefeito, veterinário, recebeu entre outras, por uma castração de cachorro, valor superior a R$ 7 mil, da prefeitura.
–Coincidentemente, depois que Calá assumiu a prefeitura, seus famíliares “compraram quase a cidade toda”, como se diz corriqueiramente. Já têm quarteirão todo; casas aqui, casas acolá; várias construções foram efetuadas; compraram apartamentos em Sorocaba, em localidade privilegiada de São Paulo, mansões na praia, e mais isso, mais aquilo, e assim vai. Fala-se ainda em postos de combustível em outro estado, em aquisições de sobrados, chácaras, gado, fazenda em Goiás, ufa! É muita coisa, sem falar nos carrões de luxo. Na cidade, hoje, quando se vê uma “caminhonetona de luxo”, requintados Hyunday, Hillux, existem nove chances em dez de não serem da família ou do grupo do prefeito.
-Não se pode esquecer, também, dos fiéis escudeiros do prefeito, que, embora muito incompetentes nas suas funções públicas, deram-se muito bem com Calá no poder. Não tinham, como se diz, “uma porca pra puxar pelo rabo”, mas agora, nem parecem aqueles. Tem apartamentos, casas bonitas, sobrados, carrões, cavalos, gado, tudo isso aqui, ali e não sabemos em que lugar mais.
O vídeo– Quanto ao vídeo do prefeito, vê-se que possivelmente a idéia não foi dele, assim como se vê que sua na sua expressão não se vê aquela “gana” em acabar com a corrupção. O que se vê é que é algo produzido para inglês ver, como se dizia antigamente, que apenas fez um teatrinho para sensibilizar ingênuos, alienados e outros inocentes úteis.
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Estava com minha namorada quando caiu o impresso sobre o Combate à Corrupção em minhas mãos. Quem me entregou tinha ar de deboche. Ri de um jeito que quase me afoguei. E não ri sozinho. Basta um pouco de coerência e consciência pra não engolir tais coisas e rir de desgosto ou vergonha.