nov 06, 2018 Air Antunes Artigos 0
O mundo todo está indignado com a eleição de um candidato da extrema-direita no Brasil, Jair Bolsonaro. Este extremismo explica-se pelas atitudes xenofobistas, racistas, preconceitos de toda a forma, enfim é toda uma manifestação humana que possui orientação exageradamente conservadora, elitista, exclusivista e que alimenta ainda noções preconceituosas contra indivíduos e culturas diferentes de seu próprio grupo. O fascista Benito Mussolini e o nazista Adolf Hitler foram alguns extremistas de direita famosos.
O discurso da extrema direita se inicia com um comovente apoio a moral e aos bons costumes, ao bem estar da família, a proteção das pessoas do bem contra violência, etc.etc. É uma maravilha dos deuses, no entanto o tal discurso flui apenas da boca para fora, é apenas um marketing para cooptar o povo, na prática o que ocorre é uma perseguição às minorias , negros e índios, por exemplo, uma vez que para os extremistas estes não representam uma hegemonia racial. Ainda sobre os negros, estes são geralmente confundidos com bandidos e muitos até morrem inocentemente como ocorreu no Rio de Janeiro meses atrás quando um jovem negro , portando um guarda chuva, foi baleado mortalmente , a polícia achou que o guarda-chuva era uma arma. A extrema direita jamais oprime uma etnia que considera hegemônica.
No Brasil, um país totalmente miscigenado etnicamente, é curiosa a adesão de muitos à extrema-direita, a Jair Bolsonaro, mesmo depois de tantas manifestações de racismo , de menções contra as mulheres, contra os índios, contra os homossexuais e mesmo contra os pobres de forma geral. Ao que parece Bolsonaro deu a seus eleitores a coragem de extravasar o racismo velado, o preconceito aos nordestinos, suas homofobias, suas ojerizas a todas consideradas minorias, o machismo exacerbado, etc.. Até então parecia ser impossível existir no país tanta complacência com casos como os que seguem:
-Preta Gil, filha de Gilberto Gil, entrevistando Bolsonaro perguntou: “O povo quer saber. Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?” Bolsonaro respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu.”
-No programa Roda Viva da TV Cultura, indagado se a política de cotas não seria uma resposta à divida histórica do Brasil com os afrodescendentes, derivada do tempo da escravidão, o presidenciável negou com grande ironia. “Que dívida? Eu nunca escravizei ninguém na minha vida”, afirmou.
-Durante palestra no Clube Hebraica no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro fez ataques de cunho racista contra negros e também disparou contra indígenas, mulheres, homossexuais e refugiados e usou a deficiência física do ex-presidente Lula para chamá-lo de “energúmeno”. Em palestra para cerca de 300 pessoas, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleito, pretendia acabar com todas as reservas de terra de indígenas e quilombolas (descendentes de escravos que vivem em quilombos). “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais…”
-Bolsonaro prefere depredar a natureza, como disse em palestra em Cuiabá: “A política ambiental é péssima em nosso país. Se quiser fazer uma hidrelétrica, em Roraima ou no Vale do Ribeira, por exemplo, é impossível, tendo em vista a quantidade de terra indígenas, quilombolas, estação ecológica, parques nacionais. Tem que colocar um fim nessa política xiita que está sufocando o Brasil”.
-No plenário da Câmara dos deputados atacou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmando que não estupraria “porque ela não merece” e que a petista não faz o tipo dele.
–“Fui ser deputado federal para não andar de ônibus, fusca, van, e morar bem.”
Ao ser perguntado por um vendedor ambulante, em agosto de 2013, se o transporte não seria melhor caso os políticos utilizassem o serviço.
–“Sou preconceituoso, com muito orgulho.”
Em entrevista à revista Época, em 2011
–“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí.”
Em entrevista sobre homossexualidade à revista Playboy, em dezembro de 2011
“O filho começa a ficar assim, meio gayzinho, leva um couro e muda o comportamento dele.”
Em um debate na TV Câmara, em 2010
“Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater.”
Após o então presidente FHC segurar uma bandeira com as cores do arco-íris em defesa da união homoafetiva, em maio de 2002
–“Mulher deve ganhar salário menor porque engravida. Quando ela voltar [da licença-maternidade], vai ter mais um mês de férias, ou seja, trabalhou cinco meses em um ano.”
Em entrevista ao jornal Zero Hora, em fevereiro de 2015
“Sou capitão do Exército, minha missão é matar.”
Em palestra em Porto Alegre, em junho de 2017
“O erro da ditadura foi torturar e não matar.”
Em participação no programa Pânico, da rádio Jovem Pan, em julho de 2016
“Pinochet devia ter matado mais gente.”
Sobre a ditadura chilena de Augusto Pinochet em entrevista à revista Veja, edição 1575, de 2 de dezembro de 1998
“No período da ditadura, deviam ter fuzilado uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique.”
Em maio de 1999, num programa de TV, ao defender o fechamento do Congresso Nacional
“Desaparecidos do Araguaia? Quem procura osso é cachorro.”
Para familiares de desaparecidos na ditadura, em cartaz anexado na entrada de seu gabinete na Câmara dos Deputados, em maio de 2009.
-Sobre o uso do auxílio-moradia de R$ 4.253,00, mesmo tendo onde morar como parlamentar além dos R$ 33.763 de salário de deputado, Bolsonaro respondeu a uma reporter: “Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava para comer gente. Tá satisfeita agora ou não?”, respondeu. Bolsonaro disse ainda que aquela era a resposta que a repórter merecia e perguntou se ela queria que ele prestasse “continha”.
Ainda, exposta a sua face ao mundo, Bolsonaro, já candidato à presidência da República recebeu apoio de líder da KKK- Ku Klux Klan, grupo dos Estados Unidos que se reúne sob a bandeira da segregação racial e da crença na superioridade do “homem branco”. O Klan foi fundado como um clube social em Pulaski, no Tennessee, em 1866, por seis estudantes universitários, sendo inicialmente uma fraternidade em que seus fundadores se dedicavam a pregar peças com cavalgadas noturnas vestidos de branco e usando carapuças para que não fossem reconhecidos. A partir disso, o grupo ganhou reconhecimento pelo terror que causava à população negra da época, passando a atrair novos membros que chegavam em grandes números, o que culminou em uma grande expansão do grupo pelos territórios ao sul dos Estados Unidos. A KKK assassinou milhares de negros ao longo dos séculos 19 e 20.
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