mar 07, 2016 Air Antunes Artigos 0
LEOPOLDO VIEIRA
Notícia “explicativa” sobre os dados econômicos de hoje, na UOL, inacreditavelmente afirma: “Recessões normalmente são provocadas por alguma mudança brusca do ambiente econômico, como uma crise internacional, uma disparada do dólar ou dos juros, a quebra de um grande banco, uma reviravolta política. Esta, não”.
Não?
O mundo simplesmente passa pela maior crise econômica internacional desde o crash de 1929, superando a de 2008 em termos comparativos.
Assiste-se à queda inédita, nos tempos recentes, da demanda por commodities e a decadência dos preços do petróleo, que guarda semelhança só com o ocorrido na Década Perdida (anos 80).
A operação Lava-Jato, segundo Fernando Marcato, que atuou como assessor do Departamento de Justiça dos Estados Unidos no Caso Siemens (maior escândalo corporativo da historia)*, responde por -2% dos -3,8% anunciados. Segundo o IBGE, o tombo dos investimentos (-14%) se deve, sobretudo, da produção interna, com destaque à indústria da construção, que caiu 7,6% em 2015. Ainda assim, delegados, procuradores e juízes engajados na operação se opõem terminantemente aos acordos de leniência propostos pelo governo, que punem condenado mas salvaguardam as empresas.
Por fim, desde o início de 2014, está em curso a agenda do Impeachment, que movimenta o Parlamento e as “ruas” para derrubar o governo eleito com qualquer argumento disponível. E registre-se: sem uma alternativa econômica.
Enquanto o governo aceitou reduzir a meta fiscal e apresentar um orçamento com déficit para impedir redução dos beneficiários do Bolsa-Família, cortes nas políticas sociais e aumentou o Salário Mínimo, a oposição apoiou a ideia dos cortes e criticou a opção em relação ao orçamento e ao aumento do Salário. Mesmo medidas de ajuste fiscal foram boicotadas demagogicamente.
Agora, os dados econômicos vieram à tona e a oposição política e corporativa deve assumir sua responsabilidade.
Só que não é apenas a da redução dos empregos, do poder de compra e aumento dos preços, assim como da diminuição da competitividade do País no mundo.
Nessa sexta-feira, o desnecessário mandato de depoimento coercitivo contra o ex-presidente Lula, sua família e os diretores do Instituto que leva o nome do líder com respeito internacional para ser convidado e pago por palestras nos termos de um Bill Clinton, só que “produto nacional”, incendiou de vez a nação.
Como escreveu a jornalista Tereza Cruvinel ao Brasil 247, o fósforo foi riscado, ” os dois lados em que o Brasil foi dividido vão se defrontar em manifestações. O balanço deve ser enviado ao juiz Sergio Moro, dono da caixa de fósforos”. Afinal, é necessário garantir a ordem pública.
É hora de, definitivamente, impor à oposição o sufrágio universal, presentear a sociedade com uma programação saudável na TV aberta e a cidadania com servidores públicos que respeitem as leis. Os dados do Vox Populi que mostram a ampla solidariedade a Lula e a condenação aos métodos da Lava-Jato encorajam todos os progressistas a vestir esta camisa até o fim. De Brasil 247.
Leopoldo Vieira, estrategista político com 20 anos de atividade em campanhas eleitorais do PT, graduado em Gestão Pública e Pós-Graduando em Administração Pública. Coordenou o Monitoramento Participativo do Plano Plurianual 2012-2015 do Governo Federal e o Programa de Governo para Desenvolvimento Regional da reeleição da presidenta Dilma Rousseff
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