jul 23, 2014 Air Antunes Angatuba 11
LUIZ RAFAEL NÉRY PIEDADE
Nas lembranças de infância, teve início o presente trabalho. Imperceptível ainda naquela época tornou-se ao longo dos tempos forte e intenso o suficiente para transformar-se no desenrolar destes registros.
Ainda criança e residente na cidade de Angatuba percebi que a história das professoras angatubenses Euclydia Leite de Souza e Julia Leite de Souza, bem como a de seus familiares, guardava alguma relação com a origem daquela localidade.
O tempo passou, as professoras faleceram, atualmente atuo como advogado na cidade de São Paulo, mas o interesse em registrar histórias e aquela genealogia familiar, cresceu. A idade adulta e certamente a distância física com o município angatubense, deu início a vontade de correr atrás do prejuízo e tentar registrar o vínculo das antigas professoras, com a História da Cidade de Angatuba.
Tal tarefa foi se tornando cada vez mais dificil com o passar dos anos. Dados com o transparente risco de nunca mais serem encontrados, documentos em clara deterioração pelo atroz tempo e os informantes, quase todos, já não poderiam mais dar subsídios às buscas. Documentos, fotos, rascunhos e principalmente informações familiares obtidas, foram norteando os caminhos nas primeiras linhas deste trabalho.
As incansáveis pesquisas e satisfatórios encontros com as informações do passado unidas ao grande auxílio de seres humanos exemplares que tiveram a sensibilidade de dialogar sobre relações de parentesco e principalmente, dedicar-se a pesquisas e buscas, montaram um grande quebra cabeça desafiando o longo período de informações quase esquecidas.
O encontro destas raízes afirma aquela percepção pueril e permite atribuir às Famílias Meira e Leite do Prado, bem como, a seus descendentes, o pioneirismo na povoação das terras situadas a leste e nordeste do município de Angatuba e ainda, de parte dos municípios de Itapetininga e Guareí, reportando-nos para o final do século XXVIII.
Torço para que tenha sido possível parte deste registro. O desenrolar deste trabalho registrará traslados e a genealogia de um dos troncos da Grande Família Meira, que ao longo dos anos além de manter-se com o mesmo apelido familiar, também se transformou em Leite de Meira, Leite de Souza e suas variações.
O povoamento de parte das futuras terras Angatubenses
Vila de Sorocaba, Bairro Tapitininga – Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga – Vila de Itapetininga, Bairro do Ribeirão Grande
Séculos XVIII e XIX
Domingos de Meira (“Natural da Freguesia de Carambo na Europa” Portugal), filho de Luiz Ribeyro e Marta de Meyra, casou em 20 de julho de 1766, na Paróquia de Nossa Senhora da Ponte, Sorocaba, São Paulo, Brasil, com Jacynta Dias do Prado, (Vila de Sorocaba, por volta de 1750). Dessa união foram localizados 9 (nove) filhos, são eles:
1 – Bernarda Maria de Meira (Nascimento por volta de 1768), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 27 de agosto de 1784 com Alferes Bento João da Costa (Vila de Sorocaba, por volta de 1764 – Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 1830, filho de Mathias João da Costa e Maria Moreira) (vide 4 – Casamento de duas irmãs com dois irmãos);
2 – José Manuel de Meira (Nascimento por volta de 1769 – Batizado na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 20 de janeiro de 1772 – Vila de Itapetininga, 31 de janeiro de 1859), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 05 de setembro de 1797 com Joaquina Maria do Espírito Santo;
3 – Anna Maria de Meira (Nascimento por volta de 1771 – Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 22 de agosto de 1836), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 22 de agosto de 1786 com Antonio Machado de Oliveira (Natural da Vila de Sorocaba, filho de Simeon de Oliveira Falcão e Maria Machado Silva);
4 – Gertrude Maria (Gertrudes de Meira – Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, por volta de 1776 – Vila de Itapetininga, 24 de agosto de 1861), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 13 de outubro de 1802 com Joaquim José Moreira da Costa (Natural da Vila de Sorocaba, filho de Mathias João da Costa e Maria Moreira) (vide 1 – Casamento de duas irmãs com dois irmãos);
4 – Maria de Meira (Nascimento por volta de 1778), que se casaria com Ignácio Antônio Machado;
5 – Rosa Maria de Meira (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, por volta de 1779), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 13 de outubro de 1802 com João Leite (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, por volta de 1779, filho de João Leite de Oliveira e Anna Maria);
6 – Manuel Joaquim de Meira (Batizado na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 19 de fevereiro de 1780 – Itapetininga, 20 de outubro de 1855 – 1856), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 10 de julho de 1809 com Escholástica dos Prazeres;
8 – Joaquina de Meira e;
9 – Izabel Maria de Meira (Nascimento por volta de 1784), que se casaria na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 06 de outubro de 1807 com Antonio José de Oliveira (Natural da Vila de Itapetininga, filho de José de Oliveira e Eufrázia Nunes).
A família Domingos de Meira e Jacinta Dias do Prado fixou residência no antigo Bairro Tapitininga, pertencente a Vila de Sorocaba, terras que deram origem a Vila de Itapetininga. Domingos de Meira é mencionado pelo Professor Silvio Vieira de Andrade Filho, em sua obra, Itapetininga, nos atos ligados a fundação da cidade de Itapetininga.
Em pesquisas realizadas no Arquivo Público do Estado de São Paulo, foi localizada Carta de Sesmaria concedida a “Domingos de Meyra” na Vila de Itapetininga em 23 de fevereiro de 1782.
“Carta de Sesmaria a Domingos de Meyra morador da Villa de Itapetininga de duzentas braças de terras e um pequeno Capão de Mato no cercado do seo sitio.
Martim Lopez Lobo de Saldanha faço saber aos q esta minha Carta de Sesmaria virem q atendendo amo representar Domingos de Meyra morador da Villa de Itapetininga q Re esta possuindo a vinte anos hum cercado noves sitio que compreende duzentas braças de terras forado rocio incluindo também um pequeno capão de mato q são terras devolutas e q Meyra queria possuir por título Sesmaria pelo que me pedia emandare passar na forma requerida sendo visto o seu requerimento e m q foi ouvida a Comarca da Villa de Itapetininga a quem se não ofereço da vida nem ao D. Procurador da Coroa … em virtude da Villa Real … ao digo Domingos de Meyra duzentas braças de terra e um Capão de mato no cercado de seu Sitio forado rocio com todas as confrontaçoens e sem prejuízo de terceiros, … pessoa tenha a Mas com declaração … cultivará e mandará confirmar esta minha Carta de Sesmaria por sua Majestade … dois anos e não o fazendo se .. denegará mais tempo … minha de Mas as faltará medir e demarcar judicialmente sendo para esse efeito modificada as partes … confrontar e será obrigado a fazer os caminhos de sua testada com pontes e e ertivas onde meu … e descobrindo se nellas rio caudaloso q … margem de … meya legua de terras em quadra para a comodidade publica: Nesta Data não procederá sucederem tempo algum pessoa Ecleziástica ou Religião e sucedendo será com o encargo de pagar Dizimo. Por outro qualquer que Vossa Majestade lhe quizer impor de novo e não o fazendo se poderá dar … denunciar. Como também sendo as mesmas … o poderá fazer ficando livre e sem encargo algum ou … para o Sesmeiro. Não compreenderá esta Data veeiros ou minas de qualquer gênero de metal que nella se descobrir reservando também aos … E faltando qualquer das ditas clausulas por serem conforme as Ordens de Vossa Majestade e ao q dispõem a Ley e foral das Sesmarias ficará privado destas. Pelo que mando aos Ministro e mais pessoas a q o conhecimento desta pertencer dê posse ao S. Domingos de Meira das referidas terras na forma que pede. E por firmeza de tudo .. mandei passar a presente por mim assinada e selada com o sello de minhas Armas q se cumprirá inteiramente como nella se contem e se registrará nos livros da Sesmaria deste Governo e mais partes a q tocas … duas vias. Dada nesta Cidade de São Paulo. Francisco Pereira Cardozo Bastos a fez aos vinte e tres de fevereiro de mil setecentos e oitenta e dois. O Secretário do Governo José Inácio Ferreira Ribeiro a fez escrever. Martim Lopes Lobo de Saldanha.”
Ainda, nas buscas realizadas junto ao Arquivo Público do Estado de São Paulo, foi localizada outra Carta de Sesmaria concedida à Domingos de Meira, desta feita, tal concessão se deu à Domingos de Meira, Ignácio Leite do Prado (Ignácio Alves do Prado – Ignácio Alvares do Prado) e José Rodrigues de Quevedo todos moradores da Vila de Itapetininga. Transcreve-se:
“Carta de Sesmaria a Domingos de Meyra, Inácio Alvares do Prado e José Rodrigues de Quevedos de duas Legoas e meya de terras de cumprido e Legoa meya de testada nos arredores da Villa de Itapetininga.
Martim Lopes Lobo de Saldanha … faço saber aos q esta minha Carta de Sesmarias virem q atendendo a me representarem Domingos de Meyra, Inácio Alvares do Prado e José Rodrigues de Quevedos moradores da Villa de Itapetininga que rio abaixo da tal Villa se … huns matos devolutos na mesma paragem hum faxinaes já cultivados por elles q de sua parte os cerca o Ribeyrão da Currução da outra a Sesmaria do Guarda Mor Estanislao de Campos e da outra a Sesmaria de Bento de Camargo cujo meyo teria de cumprimento duzentas legoas e meya e de Largura Legoa e meya pouco mais ou menos q … Suplicantes queriam possuir por titulo legítimo de Sesmaria por necessitarem dos matos para a cultura de sua lavouras e dos faxinaes para logradouro e criação de seus animais tudo no Distrito … Villa distante quatro Legoas, pouco mais ou menos: Pelo q me pediam lhes concederem por Sesmaria o q tiver de cumprido desde o Ribeyrão da Currução té a Sesmaria de Bento Camargo e por testada testada o q tiver de largura desde o rio Itapetininga té a Sesmaria do Guarda Mor Estanislao de Campos em cujo meyo entram os referidos matos e faxinaes para situação e logradouro da dita Sesmaria. Tendo visto o seu requerimento em q foi ouvida a camera da Villa de Itapetininga, a quem senão ofereço dúvida nem ao Doutor Procurador da Coroa e Fazenda a quem sede-o vista hey por bem dar de Sesmaria, em nome de sua Majestade / em virtude da Villa Real Ordem de quinze de junho de mil setecentos e onze/ aos ditos Domingos de Meyra, Inacio Alvares do Prado e José Rodrigues de Quevedos as duas Légoas e meya de terras de cumprido e Légoa e meya de testada q pedem em q ve compreendem os matos e faxinaes ou o q tiver entre as paragens e Sesmarias por elles acima referida com as confrontaçoens … e sem prejuízo de terceiros ou do Direito q tenha alguma pessoa a ellas; com declaração q as cultivaram e mandarão conformar esta minha Carta de Sesmaria por Sua Majestade dentro em dois annos e não o fazendo se lhes denegará mais tempo e antes de tomarem … as farão medir e demarcar judicialmente sendo para este efeito notificadas as pessoas com quem confrontarem e serão obrigados a fazer os caminhos de sua testada com pontes coletivas onde necessárias forem e descobrindo nellas rio caudaloso que necessite de barca para atravessar ficará reservada de … margens de… meya Légua de terras em quadra para a comodidade publica. Nesta data não poderá suceder em tempo algum pessoa Ecleziástica ou Religião e sucedendo será com o encargo de pagar Dízimos e outro qualquer que Vossa Majestade assim quizer impor denovo e não o fazendo se poderá dar a quem o denunciar como também sendo servida … senhora mandar fun fundar no distrito della alguma Villa e poderá fazer ficando livre e sem encargo algum para o Sesmeiro e não compreenderá esta data veeyros ou minas de qualquer gênero de metal q nella se descobrir reservando também os paos Reaes e faltando qualquer das ditas clausulas por serem … as Ordens de Sua Majestade ao q dispoem a Ley e Foral das Sesmarias ficarão privadas destas. Pelo q mando ao Ministro e mais pessoas a q o conhecimento desta pertencer dê posse aos ditos Domingos de Meyra, Inacio Alvares do Prado e José Rodrigues de Quevedo das referidas terras com matos e faxinaes na forma por elles pedida na paragem mencionada. E por firmeza de tudo lhes mandei passar a prezente por mim e fixada e sellada com o sello de minhas Armas q se cumprirá inteiramente como nella se contem e se registrará nos Livros da Sesmaria deste Governo e mais … a que tocar e se passou por duas vias. Dada nesta Cidade de São Paulo. Francisco Pereira Cardozo de Bastos a fez aos vinte de Outubro de mil setecentos e setenta e oito. O Secretario do Governo José Inacio Ribeiro Ferreyra a fez escrever. Martim Lopes Lobo de Saldanha.”
A concessão desta segunda Carta de Sesmaria data de 20 de outubro de 1778 e atribui aos Srs. Domingos de Meira, Ignácio Leite do Prado e José Rodrigues de Quevedo, o pioneirismo no povoamento de parte das matas virgens da antiga Vila de Itapetininga, terras que futuramente compreenderiam consideravel parte do atual município de Angatuba. O povoamento das futuras terras angatubenses foi registrado pela Professora Doutora Maria Aparecida Morais Lisboa em sua obra, Fandango do Miliano:
“Até meados do século XVIII, era uma região mediadora entre o gado do sul e às Minas Gerais, voltada ao atendimento dos tropeiros e mineradores, portanto, entre o couro e o ouro. É o momento da posse por uma população constituída de brancos: fazendeiros, posseiros, grileiros e caboclos, e no emergente da urbanização, aproximadamente 1810, sofre o acréscimo de escravos. Posteriormente ocorre a grande migração de mineiros à Província de São Paulo, e Angatuba não se isenta de receber o produto dessa mobilidade espacial, ocorrendo em seu território famílias do sul de Minas Gerais que juntamente com gaúchos, paulistas, paranaenses, ocuparam e delimitaram suas grandes extensões de terra, gerando núcleos, povoados, bairros, vila e cidade. Era o embrionário Bairro do Ribeirão Grande, depois denominado sucessivamente Bairro do Palmital, Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista (1872) e Angatuba (1908), constituído por famílias patriarcais, dentre elas as famílias mineiras: Cyríaco Ramos, Ramos Nogueira, Fernandes, Moura, Ruivo, Meira, Pires, Lemos, e também os Leite de Souza e Soares Leite e Leite de Meira.” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, páginas 31 e 32.) (g.n.)
Os sesmeiros, Domingos de Meira, Ignácio Leite do Prado e José Rodrigues de Quevedos pleiteiam em 28 de janeiro de 1783 à Rainha de Portugal D. Maria I a confirmação da Sesmaria localizada na Vila de Itapetininga, tal documento poderá ser encontrado no Catálogo de Documentos Manuscritos Avulsos referentes à Capitania de São Paulo – existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa – Portugal.
Em 21 de setembro de 1780 o sesmeiro José Rodrigues de Quevedo desiste do domínio e transfere a posse a que tinha direito, ao sesmeiro Domingos de Meira, que passa a ter 2/3 (dois terços) em parceria com Ignácio Leite do Prado com 1/3 (um terço) daquela Sesmaria. As terras compreendidas na “Sesmaria dos Meira”, como ficou conhecida, foram demarcadas judicialmente e a respectiva demarcação homologada judicialmente em 07 de outubro de 1799.
“As divisas do imóvel são agora assim descriptas: – Começando na foz do Ribeirão da Corrupção no rio Itapetininga, sobem por aquelle ribeirão até a foz de um seu afluente e dahi pelo divisor de duas aguas até o ribeirão Grande; por este abaixo até o rio Guarey; por este abaixo até um ponto junto ao seu último afluente da margem esquerda; dahi em linha mais ou menos recta até o ribeirão do Corvo Branco; por este abaixo até o rio Itapetininga e por este acima até o ponto inicial.”
Estas terras correspondem ao Leste e Nordeste do atual município de Angatuba. Deve-se observar que o atual município da Campina do Monte Alegre, também teve sua origem em terras de Sesmarias, que assim foram citadas na Tese de Doutorado da Professora Doutora Maria Aparecida Morais Lisboa – A Política dos Coronéis e a Difusão do Ensino Primário em Angatuba (1870 – 1930) – Unicamp – 2008 – Transcreve-se:
“As sesmarias registradas a partir de 1800: Sesmaria da família José Antonio Aranha, conhecido “Aranha Velho”, tropeiro que fundou o patrimônio de São Roque, e uma das fazendas, a Campina do Monte Alegre (atual município da Campina do Monte Alegre/SP), cujas terras iam das barrancas do rio Paranapanema, a Sudoeste, até o atual Cemitério São João Batista, em Angatuba/SP; sesmaria que pertenceu à família Meira, criadores mineiros e tropeiros, cujas terras abrangiam desde o Leste e Nordeste do município, limitando-se com terras pertencentes aos municípios de Itapetininga e Guareí; a sesmaria do Aterradinho que pertenceu à família do Coronel Fortunato José de Camargo, tropeiro, ligado à Faxina de Itapeva, aos Campos de Curitiba, cujas terras foram adquiridas do Brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar (1850). (Vide Figura 9)” (g.n.)
Um dos pioneiros no povoamento de parte das futuras terras Angatubenses, Domingos de Meira faleceu na cidade de Itapetininga em 15 de novembro de 1803. Silente por séculos, os nomes destes personagens que fizeram história por onde passaram, ecoam atualmente através dos mais variados registros históricos:
“…Em 29 de julho de 1824, segundo um documento que se encontra no arquivo do Fórum de Itapetininga, por ocasião da solicitação da medição da fazenda Guareí (termo de Itapetininga) são citados os confiantes Manuel Nunes Vieira, casado com Maria Rodrigues, e Manuel Joaquim de Meira, marido de Escolástica Maria. São mencionados também os antigos confinantes falecidos Domingos de Meira, casado com Jacinta do Prado, viúva e ainda viva e Inácio Nunes do Prado (Ignacio Leite do Prado) que foi casado com Bernarda Maria, viúva e ainda viva na época…” (g.n.) (Texto extraído da página eletrônica: Genealogia José Luiz Nogueira)
“Em 12 de setembro de 1798 Domingos de Meira e sua mulher Jacinta Dias do Prado vendem por 60$000 um sítio em Itapetininga com casa de parede de mão e telhas para Domingos José Vieira. (Livro 02 do Cartório de Protestos de Itapetininga).” (g.n.) (Texto extraído do Ensaio Genealógico de Domingos José Vieira, elaborado por José Luiz Nogueira e disponível na página eletrônica: Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga)
Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga – Vila de Itapetininga, Bairro do Ribeirão Grande
Séculos XVIII e XIX
Os Pioneiros: Os Irmãos José Manuel de Meira e Rosa Maria de Meira
Filhos do casal Domingos de Meira e Jacinta Dias do Prado, os irmãos José Manuel de Meira e Rosa Maria de Meira cresceram, casaram e constituíram suas famílias nas terras recebidas em Sesmaria, dando sequencia ao povoamento, a ocupação das vastas terras e, principalmente, ao desbravamento do solo virgem que futuramente seria parte territorial do atual município de Angatuba.
José Manuel de Meira (Nascimento por volta de 1769 e batizado na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 20 de janeiro de 1772) casou naquela mesma Paróquia em 05 de setembro de 1797 com Joaquina Maria do Espírito Santo (Natural da Vila de Guaratinguetá, filha de Antonio Pinto dos Santos e Maria da Silva Rosa) e faleceu na Vila de Itapetininga em 31 de janeiro de 1859.
Da união entre José Manuel de Meira e Joaquina Maria do Espírito Santo, foram localizados os seguintes filhos:
1 – Gertrudes (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 09 de novembro de 1801);
2 – Eufrázio de Meira (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 13 de março de 1804);
3 – Domingos Meira (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 25 de julho de 1807);
4 – Anna de Meira (Anna dos Santos) (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 22 de dezembro de 1809);
5 – Roza Maria Meira (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 02 de maio de 1812);
6 – Luiz de Meira e;
7 – José Antonio de Meira (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 15 de maio de 1825).
Rosa Maria de Meira (Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, por volta de 1779) casou naquela mesma Paróquia em 13 de outubro de 1802 com João Leite (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, por volta de 1779, filho de João Leite de Oliveira e Anna Maria).
Da união entre Rosa Maria de Meira e João Leite, foram localizados os seguintes filhos:
1 – Domingos (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 24 de julho de 1803);
2 – Joaquim Leite de Meira (Joaquim de Meira) (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 20 de junho de 1805);
3 – Manuel (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 12 de setembro de 1807);
4 – José Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 10 de dezembro de 1808);
5 – Salvador (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 25 de agosto de 1810) e;
6 – Domingos (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 13 de agosto de 1811).
No Brasil Colonial a base da familia era o casamento e este, seguia as leis civis instituídas em Portugal. As uniões predominantemente ocorriam entre grupos de convívio ou parentelas, no intuito de que não houvesse dispersão do patrimônio adquirido. Os casamentos contraídos neste cenário fortaleciam a preservação do patrimônio e de outra banda, fortificavam o poder local, seja economicamente ou politicamente.
Com esse núcleo de povoamento rural não foi diferente, os irmãos José Manuel de Meira e Rosa Maria de Meira, mantiveram a tradição portuguesa, incorporando a Colônia o milenar costume português, seja com o objetivo de seguir costumes da época, ou não, fato é que muitos foram os casamentos celebrados entre a parentela do Sesmeiro Domingos de Meira.
E assim, o filho de José Manuel de Meira e Joaquina Maria do Espírito Santo, Joaquim Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 20 de junho de 1805) “dispensados do impedimento de 2 grao de consanguinidade” casa na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 15 de janeiro de 1822 com sua prima Anna de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 22 de dezembro de 1809), filha de José Manoel de Meira e Joaquina Maria mantendo-se à época, a “família patriarcal brasileira”.
Vila Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga – Vila de Itapetininga, Bairro do Ribeirão Grande, Bairro do Palmital
Século XIX
O Pioneiro: Joaquim Leite de Meira
O cenário em tela refere-se ao início do século XIX. Joaquim Leite de Meira é filho do casamento celebrado entre João Leite e Rosa Maria de Meira na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 13 de outubro de 1802. Dessa união foram localizados os seguintes descendentes:
1 – Domingos (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 24 de julho de 1803);
2 – Joaquim Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 20 de junho de 1805);
3 – Manuel (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 12 de setembro de 1807);
4 – José Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 10 de dezembro de 1808);
5 – Salvador (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 25 de agosto de 1810) e;
6 – Domingos (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 13 de agosto de 1811).
Joaquim Leite de Meira nasceu na Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 20 de junho de 1805 e foi batizado com os Santos Óleos em 07 de julho de 1805 na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga:
“Joaquim – Aos sette dias do mes de julho de mil oito centos e cinco annos nesta Matriz Reverendo Coajunto Vicente Agostinho baptizou e pus os santos óleos a Joaquim inocente nascido aos vinte dias do mês de junho deste mesmo anno, filho de Joaquim Rodrigues do Prado, digo filho de João Leite e sua mulher Roza de Meira … Padrinhos: Manuel de Meira e Maria de Meira solteiros todos desta Freguesia e para constar fiz este assento. Vigário José do Amaral … de Almeida” (Livro de Batismo da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 1800 – 1812) (g.n.)
Avós Paternos: João Leite de Oliveira e Anna Maria
Avós Maternos: Domingos de Meira e Jacinta Dias do Prado
No dia em 15 de janeiro de 1822, ano aquele em que o Brasil teria sua Independência Proclamada pelo Príncipe Regente e futuro Imperador D. Pedro I do Brasil, Joaquim Leite de Meira casa na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga com sua prima Anna de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 22 de dezembro de 1809 – filha de José Manoel de Meira e Joaquina Maria):
“Joaquim de Meira e Anna dos Santos – Declaro que farão dispensados do impedimento de 2 grao de consanguinidade – Aos quinze dias do mês de janeiro de mil oito centos e vinte e dois annos nesta Matriz com Provisão da Vara da Comarca feitas as exigências nupciais de um … em presença do Reverendo Coajunto Francisco Xavier …, Manuel de Meira e Basilio Pinto, casados, … Joaquim de Meira, filho legítimo de João Leite e sua mulher Rosa de Meira, naturais desta Villa de Itapetininga com Anna dos Santos filha legítima de Manuel de Meira natural desta Villa e sua mulher Joaquina Maria natural da Villa de Sorocaba não souberão dizer o nome dos avós na forma da Igreja deque para constar fiz este assento. Vigário Coajunto Francisco de Paula …”(Informação extraída do Livro de Matrimônio da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres – Itapetininga (1814 – 1834) (g.n.)
Neto do Sesmeiro Domingos de Meira, Joaquim Leite de Meira era agricultor, criador de gado e escravocrata. Destacou-se como tropeiro.
“Esses patriarcas, escravocratas eram agricultores e criadores de gado. Joaquim destacava-se também como tropeiro; montou as primeiras mangueiras, as “tronqueiras” (palanques furados, trespassados por varas) …” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Páginas 31 e 32. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição.) (g.n.)
O casal Joaquim Leite de Meira e Anna de Meira deu origem aos seguintes descentes:
1 – Manoel Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 21 de maio de 1826), que se casaria com Maria Roberta da Conceição (Filha de Joaquim Victorino de Medeiros e de Gertrudes Maria do Espírito Santo) em 09 de junho de 1850 na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga;
2 – Elias Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 15 de janeiro de 1829), que se casaria com Maria Magdalena Souza (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 28 de janeiro de 1828 – Filha de Manoel Quaresma de Souza e Gertrudes Maria – Também conhecida por Maria Magdalina de Souza) em 07 de outubro de 1857 em Itapetininga;
3 – Salvador Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 01 de janeiro de 1832), que se casaria com Maria do Espírito Santo (Filha de Manoel Guaresma de Souza e Maria Balbina de Souza) em 08 de agosto de 1861 em Itapetininga;
4 – Jesuíno Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 17 de abril de 1834), que se casaria com Maria da Trindade (Filha de Manoel Guaresma de Souza e Maria Balbina de Souza) em 08 de agosto de 1861 em Itapetininga;
5 – Anna Esméria do Espírito Santo (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 28 de julho de 1836), que se casaria com Salvador Vaz dos Santos (Nascimento por volta de 1836 – Itapetininga, 11 de abril de 1866 – Filho de João Vaz dos Santos e Esmeralda de Meira) em 06 de setembro de 1853 na Vila de Itapetininga;
6 – Maria Joaquina de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 20 de março de 1838 – Itapetininga, 10 de novembro de 1866), que se casaria com Salvador José Fogaça (Nascimento por volta de 1826 – Itapetininga, 22 de agosto de 1866 – Filho de Joaquim Alves da Costa e Anna Romana) em 12 de janeiro de 1858 em Itapetininga;
7 – Benedicto Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 06 de junho de 1848 – Angatuba, 16 de fevereiro de 1918), que se casaria com Gabriela Maria (Itapetininga, 12 de fevereiro de 1856 – Filha de Salvador Vaz dos Santos e Anna Esméria do Espirito Santo – Também conhecida por Gabriela do Espírito Santo – Gabriela Leite de Meira – “Mãe Bebela”);
8 – Joaquim Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 28 de abril de 1850) e;
9 – José Bartholomeu Leite (Vila de Itapetininga, 24 de agosto de 1853), que se casaria com Claudina Maria de Meira (Filha de Moisés José de Camargo e Maria Gertrudes de Meira) em 09 de novembro de 1872 em Itapetininga.
Joaquim Leite de Meira (viúvo de Anna de Meira) se casaria em segundas núpcias com Leduina Maria dos Prazeres (viúva de Antonio José Dias) na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres em Itapetininga em 04 de abril de 1863. Testemunhas Capitão Salvador José Rolim e Bernudo de Moraes Brizola.
Dados do patriarca Joaquim Leite de Meira foram registrados pela Professora Doutora Maria Aparecida Morais Lisboa em sua obra, Fandango do Miliano:
“Passado um tempo, numa dessas tropeadas Joaquim de volta ao Bom Retiro, encontra as “tronqueiras” estragadas, desfeitas, causando-lhe sério aborrecimento, grande desolação … e, exausto dessa lida, enlouqueceu. Desde então passou a falar insistentemente sobre um “enterro” de ouro e prata num local no “pátio velho” (hoje, próximo à igreja do Distrito do Bom Retiro da Esperança). Indiferente a tudo e a todos, logo veio a falecer e, consigo, suas alucinações.”. (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Páginas 31 e 32. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição.) (g.n.)
Óbito de Joaquim Leite de Meira por volta de 1867.
Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga – Vila de Itapetininga, Bairro do Palmital – Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista – Vila do Espírito Santo da Boa Vista – Angatuba
Séculos XIX e XX
O município de Angatuba, Estado de São Paulo pertencia ao munícipio de Itapetininga e suas terras eram chamadas de Bairro do Ribeirão Grande. O “embrionário Bairro do Ribeirão Grande”, formou-se após a povoação daquelas terras por famílias pioneiras e sesmeiras, que ocuparam e delimitaram naquela localidade suas grandes propriedades. Vale rememorar que de Bairro do Ribeirão Grande, passou a chamar-se Bairro do Palmital, Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista em 1872, depois Vila do mesmo nome e, em 1908, Angatuba.
“… o embrionário Bairro do Ribeirão Grande, depois denominado sucessivamente Bairro do Palmital, Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista (1872) e Angatuba (1908), constituído por famílias patriarcais, dentre elas as famílias mineiras: Cyríaco Ramos, Ramos Nogueira, Fernandes, Moura, Ruivo, Meira, Pires, Lemos, e também os Leite de Souza e Soares Leite e Leite de Meira.
De ascendência portuguesa, os “Leite de Meira” eram conhecidos por “Leites” e se instalaram na Sesmaria dos “Meira”, patrimônio da família, num local por eles denominado de “Bom Retiro”, situada na rota do sul às feiras de Sorocaba: possuía boas pastagens e roças de milho que serviam tanto ao descanso quanto á engorda de muares, fazendo jus ao bom retiro das tropas e tropeiros”. (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, páginas 31 e 32.) (g.n.)
Bisneto do Sesmeiro Domingos de Meira, Jesuíno Leite de Meira é fruto da união de Joaquim Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 20 de junho de 1805) celebrada na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 15 de janeiro de 1822 com Anna de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 22 de dezembro de 1809) e que teve os seguintes descendentes:
1 – Manoel Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 21 de maio de 1826);
2 – Elias Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 15 de janeiro de 1829);
3 – Salvador Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 01 de janeiro de 1832);
4 – Jesuíno Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 17 de abril de 1834);
5 – Anna Esméria do Espírito Santo (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 28 de julho de 1836);
6 – Maria Joaquina de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 20 de março de 1838);
7 – Benedicto Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 06 de junho de 1848);
8 – Joaquim Leite de Meira (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 28 de abril de 1850) e;
9 – José Bartholomeu Leite (Vila de Itapetininga, 24 de agosto de 1853).
Jesuíno Leite de Meira nasceu em 17 de abril de 1834 na Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga e foi batizado em 04 de maio de 1834 na mesma Paróquia:
Jezuíno – “Aos quatro de maio de mil oito centos e trinta e quatro nesta Matriz baptizei com os Santos Óleos a Jesuino nascido dezesete de abril filho de Joaquim Leite de Meira e Anna de Meira padrinhos Bento José … e sua mulher Maria … de Mello todos desta Freguesia. Vigário Francisco de Paula ….” (Livro de Batismo da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 1833 – 1843).
Avós Paternos: João Leite e Rosa Maria de Meira
Avós Maternos: José Manuel de Meira e Joaquina Maria do Espírito Santo
Jesuíno Leite de Meira casou na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga em 08 de agosto de 1861 com Maria Trindade (Também encontrado alguns registros com o mesmo nome de sua genitora: Maria Balbina da Sousa), filha de Manoel Guaresma de Souza (Nascimento por volta de 1792 – Itapetininga, 27 de setembro de 1868) e Maria Barbina de Souza (Nascimento por volta de 1822 – Itapetininga 29 de maio de 1877):
“Jesuíno Leite de Meira e Maria da Trindade – Aos oito de agosto de mil oito centos e sessenta e um nesta Matriz com minha licença em presença de Reverendo padre Jesuino Ferreira Prestes das testemunhas Salvador José Rolim e José Leite de Meira se receberão em matrimônio na forma da Igreja Jesuino Leite de Meira filho de Joaquim Leite de Meira e de Anna de Meira e Maria Trindade filha de Manuel Guaresma de Souza e de Maria Barbina de Souza ambos fregueses nesta cidade. Vigário Francisco ... Albuquerque” (Livro de Matrimônio da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 1850 – 1864) (g.n.)
Da união de Jesuíno Leite de Meira e Maria Trindade foram localizados 8 (oito) filhos, quais sejam:
1 – José Balduíno de Souza Leite (Itapetininga, 28 de março de 1863);
2 – Maria do Espírito Santo (Itapetininga, 03 de junho de 1865), que se casaria em 15 de junho de 1880 em Angatuba com José Theófilo Leite (Filho de Manoel Leite de Meira e Maria Roberta da Conceição);
3 – Gabriel de Souza Leite (Itapetininga, 03 de março de 1870), que se casaria em 01 de julho de 1899 na Vila de Piraju (Atual cidade de Piraju – Estado de São Paulo) com Maria Luiza da Conceição (Filha de Joaquim Leite de Meira e Maria Clara da Conceição);
4 – Manoel Leite de Souza que se casaria em 04 de novembro de 1894 em Angatuba com Anna Maria da Conceição (Filha de José Bartholomeu Leite e Claudina Maria de Meira);
5 – Eugênio Leite de Meira (Itapetininga, 26 de dezembro de 1873);
6 – Victor Leite de Meira (Itapetininga, 10 de abril de 1877);
7 – Lucas Leite de Meira (Itapetininga, 18 de outubro de 1879), que se casaria em 14 de outubro de 1909 em Santo Antônio (Atual cidade de Porangaba – Estado de São Paulo), com Maria do O Soarez (Filha de Raymundo José Soarez Sobrinho e Benedicta Soarez) e;
8 – Amália de Souza Leite (Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista, 12 de março de 1882).
A situação financeira permitiu ingresso a Guarda Nacional e assim registrou a Professora Doutora Maria Aparecida de Morais Lisboa em sua obra, Fandango do Miliano:
“Coronel Benedito Leite de Meira,…, e irmão do Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira. Ambos pertencentes à Guarda Nacional, que era uma força paramilitar criada em 18 de agosto de 1831. Recrutava cidadãos com renda superior a 100 mil réis e sua organização era territorial, possuindo um comandante por Distrito. Tinha por finalidade defender a Constituição, a Liberdade, a Independência e a Integralidade do Império, mantendo a obediência às Leis, conservando a Ordem e a Tranquilidade política.”
“Em Angatuba, junto com outros membros dessa Instituição Política, garantiram a autoridade do chefe local, dos senhores de terras e escravocratas, dos senhores da justiça e do policiamento.” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, página 33) (g.n.)
O Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira juntamente com seu irmão, Coronel Benedicto Leite de Meira deslocaram com toda parentela, “escravos e agregados” até a “Água do Pinheirinho” onde fixaram suas residências:
“… Coronel Benedicto Leite de Meira e o Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira, deslocaram-se com as famílias, escravos e agregados, em busca de novas pastagens. Subiram a Serra do Bom-Bom, rumando muitas léguas a nordeste, atingindo uma planície no ponto denominado “Água do Pinheirinho”. Instalaram-se numa campina e se apoderaram de uma parte da mesma Sesmarias que vai da cabeceira dos Macacos do rio Guareí à Água Larga da Conquista, até a cabeceira do Rio Sargento, fazendo divisas com as terras do Capitão João Claro e com as do Sr. João Rocha. A embrionária “Campina dos Leites”, entretanto, originou o “Bairro dos Leites” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, página 32) (g.n.)
“Iniciou-se a formação do bairro num espaço da campina dos Leites, denominado “Centro” e, o Coronel Benedicto, o Tenente Coronel Jesuíno, demarcaram suas terras, construindo e centralizando as respectivas casas grandes” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, página 33) (g.n.)
Ainda através da obra da Professora Doutora Maria Aparecida Morais Lisboa, foi possível observar o local onde os filhos do Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira e do Coronel Benedicto Leite de Meira demarcaram suas propriedades.
“O núcleo familial cresceu,…, do Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira, os filhos: José Balduíno, conhecido “Zeca leite”, Maria do Espírito Santo, Gabriel, Manoel, Victor, Eugênio, Lucas e Amália.”(LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, página 33)
“Na ´Grota Funda´ estabeleceram-se Mathias e Salvador; beirando o rio Guareí, no caminho para a “Capela Velha” Lucas, Juca e Jacques e, adentrando a Batalheira, situava a propriedade de Gabriel.” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, página 33)
Pertencente à elite agrária local, cafelista e escravocrata, a participação política do Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira junto à formação da primeira Câmara Municipal da Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista, foi inevitável:
“Acta da instalação e posse da Camará Municipal da Villa do Espirito Santo da Bôa Vista.
Aos cinco dias do mez de fevereiro de mil oitocentos e oitenta e sete, esta villa do Espirito Santo da Bôa Vista, na sala destinada 1 para as funções da respectiva Camará, presente o Presidente da Gamara Municipal de Itapetininga Cidadão António Augusto da Fonseca, commigo secretario adeante nomeado foi pelo mesmo declarado que em virtude do officio do excellentissimo senhor Presidente da Província de vinte e um do mez passado que ordenou-lhe que desse posse a Camará Municipal desta Villa, creada em virtude da Lei n. vinte e sete de dez de Março de mil oitocentos e oitenta e cinco passou a faze-lo deferindo-lhe ajuramento de estylo de conformidade com o decreto n.° treze de novembro de 1832, aos vereadores Tenente-Coronel Ludovico António Homem de Góes, Jesuino Leite de Meira, Alferes José António Vieira, Salvador Ferreira de Albuquerque, Joaquim Policarpo Ferreira, Felisberto Ramos Nogueira, que exhibiram seus diplomas, deixando de fazer quanto ao vereador Capitão Joaquim Monteiro de Carvalho, por não ter comparecido lavrando-se no livro competente o termo de juramento que foi assignado pelo Presidente e Vereadores empossados. Em seguida fazendo o Presidente uma allocução analise ao acto convidou o vereador Tenente-Coronel Ludovico António Homem de Góes, que lhe pareceu ser o mais velho, o qual tomou assento lavrando-se também edital no qual certifica-se a posse da Camará. Nada mais havendo deu-se por finda, porem digo, deu o Presidente encerrada a presente sessão, que eu Boaventura de Castro Freire, Secretario da Cama- rá escrevi a presente acta que é assignada pelo Presidente empossante e empossados.
a) A. Augusto da Fonseca
a) Joaquim Policarpo Ferreira
a) Ludovico Antônio Homem de Góes
a) Jesuino Leite de Meira
a) Felisberto Ramos Nogueira
a) José Antônio Vieira
a) Salvador Ferreira de Albuquerque” (g.n.)
Com seu nome ligado à fundação do atual município de Angatuba, vale mencionar o registro datado de 07 de junho de 1888, quando da Criação da Banda de Música local e a destinação de valores para a compra dos respectivos instrumentos musicais:
“Aos sete dia do mês de junho de 1888, no Paço da Câmara, às dez horas da manhã presentes os vereadores Tenente Coronel Lodovico Homem de Góes, Alferes Salvador Ferreira de Albuquerque, Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira, (…..) a Câmara concedeu a quantia de cem mil réis para a compra de instrumentos para uma banda de música que vai ser criada parra benefício do lugar (….)” (1° Livro de Atas da Câmara Municipal da Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista) (g.n.)
O Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira é mencionado como Fazendeiro na Vila do Espírito Santo da Boa Vista e depois município de Angatuba, no Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro (1891 – 1940) nos anos de 1906 a 1917.
Vale transcrever ainda que os irmãos Coronel Benedicto Leite de Meira e o Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira, juntamente com suas respectivas famílias devotas e de grande temor a Deus, registraram e deixaram marcas de suas devoções nas terras que habitaram. Transcreve-se registro realizado pela Professora Doutora Maria Aparecida Morais Lisboa quando da formação da Capela do Bairro dos Leites, no município de Angatuba:
“Como marca, símbolo do fervor religioso, erigiram a primeira capela de madeira em louvor à Santa Cruz, por muito tempo glorificada; depois a devoção passou a Santo Antônio e, a partir de 1948, Nossa Senhora das Graças foi consagrada a padroeira do bairro.” (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, página 34)
A esposa Maria da Trindade faleceu na “Campina dos Leites” na Vila do Espírito Santo da Boa Vista em 27 de dezembro de 1900. O falecimento de Jesuíno Leite de Meira ocorreu em 21 de novembro de 1921 no município de Angatuba:
“Aos vinte e um de novembro de mil nove centos e vinte e um recomendei a Jesuíno Leite de 90 annos, viúvo de Maria Trindade” (Livro de Óbitos da Paróquia de Angatuba, 1913 – 1926)
Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga – Vila de Itapetininga, Bairro do Palmital – Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista – Vila do Espírito Santo da Boa Vista – Angatuba
Séculos XIX e XX
Localizados registros paroquiais como Maria da Trindade e Maria Balbina de Souza (mesmo nome de sua genitora). Filha de Manoel Guaresma de Souza (Guarapuava, por volta de 1792 – Itapetininga, 27 de setembro de 1868) e Maria Barbina de Souza (Nascimento por volta de 1822 – Itapetininga 29 de maio de 1877).
Seu pai, Manoel Quaresma de Souza casou em primeiras núpcias com Gertrudes Maria. Dessa união, foram localizados os batismos das seguintes filhas:
1 – Anna Justa casada com Antonio Camello Martins (Filho de Antonio Florêncio Jardim e Felicidade Martins Claro) em 12 de junho de 1836 na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga e;
2 – Maria (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 28 de janeiro de 1828).
Em segundas núpcias, Manoel Quaresma de Souza, casou com sua genitora, Maria Barbina de Souza. Dessa segunda união, foram localizados os seguintes registros de batizados:
3 – Miguel (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 16 de novembro de 1842);
4 – Maria (Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 13 de maio de 1844);
5 – Maria do Espírito Santo (Nascimento por volta de 1844 – Itapetininga, 09 de setembro de 1862 casada com Salvador Leite de Meira (Itapetininga, 01 de janeiro de 1832) em Itapetininga em 08 de agosto de 1861 na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga e;
6 – Gabriel Mendes de Souza, casado com Benedita Ferreira de Almeida em 20 de agosto de 1882 na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres em Itapetininga.
Em pesquisas realizadas foi localizado o registro do Inventário da Matriarca Maria Barbina de Souza:
“Em 1877, José Leme Brisola, como curador, pede a liberdade para a menor Virgínia “que no inventário feito pelo falecimento de D. Maria Balbina de Souza, viúva de Manoel Quaresma de Souza , foi … avaliada como escrava e pertencente à herança inventariada sendo que a mesma supplicante, por ser filha de um estado livre, tem direito a sua liberdade.” (g.n.) (NOGUEIRA, Oracy. 1917 – 1996. Preconceito de Marcas: As relações Raciais em Itapetininga / Oracy Nogueira: apresentação e edição Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti – São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo – EDUSP. 1998. Pag. 114).
Maria da Trindade casou com o Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, em 08 de agosto de 1861:
“Jesuíno Leite de Meira e Maria da Trindade – Aos oito de agosto de mil oito centos e sessenta e um nesta Matriz com minha licença em presença de Reverendo padre Jesuino Ferreira Prestes das testemunhas Salvador José Rolim e José Leite de Meira se receberão em matrimônio na forma da Igreja Jesuino Leite de Meira filho de Joaquim Leite de Meira e de Anna de Meira e Maria Trindade filha de Manuel Guaresma de Souza e de Maria Barbina de Souza ambos fregueses nesta cidade. Vigário Francisco … Albuquerque” (Livro de Matrimônio da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres – Itapetininga, 1850 – 1864) (g.n.)
Da união entre Maria Trindade e o Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira foram localizados os seguintes descendentes:
1 – José Balduíno de Souza Leite (Itapetininga, 28 de março de 1863);
2 – Maria do Espírito Santo (Itapetininga, 03 de junho de 1865), que se casaria em 15 de junho de 1880 em Angatuba com José Theófilo Leite (Filho de Manoel Leite de Meira e Maria Roberta da Conceição);
3 – Gabriel de Souza Leite (Itapetininga, 03 de março de 1870), que se casaria em 01 de julho de 1899 na Vila de Piraju (Atual cidade de Piraju – Estado de São Paulo) com Maria Luiza da Conceição (Filha de Joaquim Leite de Meira e Maria Clara da Conceição);
4 – Manoel Leite de Souza que se casaria em 04 de novembro de 1894 em Angatuba com Anna Maria da Conceição (Filha de José Bartholomeu Leite e Claudina Maria de Meira);
5 – Eugênio Leite de Meira (Itapetininga, 26 de dezembro de 1873);
6 – Victor Leite de Meira (Itapetininga, 10 de abril de 1877);
7 – Lucas Leite de Meira (Itapetininga, 18 de outubro de 1879), que se casaria em 14 de outubro de 1909 em Santo Antônio (Atual cidade de Porangaba – Estado de São Paulo), com Maria do O Soarez (Filha de Raymundo José Soarez Sobrinho e Benedicta Soarez) e;
8 – Amália de Souza Leite (Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista, 12 de março de 1882).
Falecimento de Maria da Trindade em 27 de dezembro de 1900, na Campina dos Leites na Vila do Espírito Santo da Boa Vista.
Vila de Itapetininga, Bairro do Palmital – Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista – Vila do Espírito Santo da Boa Vista – Angatuba
Séculos XIX e XX
Nascido em 3 de março de 1870 no Bairro do Palmital, município de Itapetininga. Terras aquelas que dois anos mais tarde receberiam nova denominação: Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista. O menino Gabriel foi batizado na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres na cidade de Itapetininga:
Gabriel – “Aos desesete de Abril de mil oito centos e setenta nesta Matriz batizei com os Santos Óleos a Gabriel nascido a trez de março filho de Jesuino Leite de Meira e Maria da Trindade. Padrinhos Miguel Mendes de Souza sorteiro e Maria Balbina de Souza, viúva” (Livro de Batizado da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, 1868 – 1871)
Filho do casamento celebrado em 8 de agosto de 1861 na Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga entre o Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira (“Cafelista, escravocrata e vereador em 1887, quando da formação da 1ª Câmara Municipal da Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista, permanecendo na edilidade por muitas gestões”) e de Maria Trindade (Maria Balbina de Sousa em alguns registros – mesmo nome de sua genitora) em uma família de mais sete irmãos:
1 – José Balduíno de Souza Leite (Itapetininga, 28 de março de 1863);
2 – Maria do Espírito Santo (Itapetininga, 03 de junho de 1865) que se casaria em 15 de junho de 1880 em Angatuba com José Theófilo Leite (Filho de Manoel Leite de Meira e Maria Roberta da Conceição);
3 – Gabriel de Souza Leite (Itapetininga, 03 de março de 1870) que se casaria em 01 de julho de 1899 na Vila de Piraju (Atual cidade de Piraju – Estado de São Paulo) com Maria Luiza da Conceição (Filha de Joaquim Leite de Meira e Maria Clara da Conceição);
4 – Manoel Leite de Souza que se casaria em 04 de novembro de 1894 em Angatuba com Anna Maria da Conceição (Filha de José Bartholomeu Leite e Claudina Maria de Meira);
5 – Eugênio Leite de Meira (Itapetininga, 26 de dezembro de 1873);
6 – Victor Leite de Meira (Itapetininga, 10 de abril de 1877);
7 – Lucas Leite de Meira (Itapetininga, 18 de outubro de 1879) que se casaria em 14 de outubro de 1909 em Santo Antônio (Atual cidade de Porangaba – Estado de São Paulo), com Maria do O Soarez (Filha de Raymundo José Soarez Sobrinho e Benedicta Soarez) e;
8 – Amália de Souza Leite (Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista, 12 de março de 1882).
Avós Paternos: Joaquim Leite de Meira e Ana de Meira
Avós Maternos: Manoel Guaresma de Sousa e de Maria Balbina de Souza
Os filhos do Tenente Coronel Jesuíno, bem como seus sobrinhos, cresceram, adquiriam suas liberdades e administraram suas próprias propriedades:
“O núcleo familial cresceu,…, do Tenente Coronel Jesuíno Leite de Meira, os filhos: José Balduíno, conhecido “Zeca leite”, Maria do Espírito Santo, Gabriel, Manoel, Victor, Eugênio, Lucas e Amália.” (Gabriel de Souza Leite) (g.n.) (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, pg. 33)
“Na Grota Funda estabeleceram-se Mathias e Salvador; beirando o rio Guareí, no caminho para a “Capela Velha” Lucas, Juca e Jacques e, adentrando a Batalheira, situava a propriedade de Gabriel.” (Gabriel de Souza Leite) (g.n.) (LISBOA, Maria Aparecida Morais. Fandango do Miliano. Editora Ottoni, 2002, 1ª edição, pg. 33)
Filho de tradicional família, Gabriel casa no dia 01 de julho de 1899 na Vila de Piraju (Atual cidade de Piraju) com Maria Luiza da Conceição (Vila de São Sebastião do Tijuco Preto, 17 de agosto de 1882, atual Piraju – Filha de Joaquim Leite de Meira e Maria Clara da Conceição). Testemunha: João Leite de Meira. Dessa união são frutos:
1 – Euclydia Leite de Souza (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 25 de julho de 1902 – Itapetininga, 29 de abril de 1981 – Professora), que se casaria na cidade de Angatuba, no dia 10 de outubro de 1925 com Rafael Basile (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 06 de agosto de 1903 – Angatuba, 06 de agosto de 1989) e;
2 – Júlia Leite de Souza (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 02 de janeiro de 1903 – Angatuba, 09 de março de 2002 – Professora), que se casaria na cidade de Angatuba, no dia 15 de janeiro de 1929 com João Basile Sobrinho (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 23 de abril de 1900 – Angatuba, 14 de maio de 1963).
Gabriel de Souza Leite de acordo com a Lei Municipal de 15 de janeiro de 1914 a 15 de janeiro de 1917, esteve à frente dos negócios públicos do município de Angatuba juntamente com os Senhores Vereadores: Major Juviniano Pereira de Moraes; Capitão Benedicto Soares Hungria; Fernando Protazio de Almeida; João Sátyro de Almeida Leme; Eloy de Albuquerque Rolim e Antonio José de Oliveira. (Dados extraídos da Tese de Doutorado da Professora Maria Aparecida de Morais Lisboa. A Política dos Coronéis e a Difusão do Ensino Primário em Angatuba (1870 – 1930) – Unicamp – 2008) e, ainda:
“Presentemente estão à frente dos negócios públicos do município, os senhores: Coronel Antonio Rolim Júnior, presidente da Câmara; Brasilio Munhoz, Prefeito Municipal; Antonio José de Oliveira; Eloy de Albuquerque Rolim; Roldão Vieira de Moraes e; Gabriel de Souza Leite“. (Dados extraídos da Tese de Doutorado da Professora Maria Aparecida de Morais Lisboa. A Política dos Coronéis e a Difusão do Ensino Primário em Angatuba (1870 – 1930) – Unicamp – 2008 (g.n.)
Gabriel de Souza Leite integrou a Câmara de Vereadores da cidade de Angatuba em 1930 juntamente com Antonio José de Oliveira, Antonio Lisboa, Cornélio Vieira de Moraes, Elyzeario da Cunha Castelo Branco e João Iapichini. (Dados extraídos da Tese de Doutorado da Professora Maria Aparecida de Morais Lisboa. A Política dos Coronéis e a Difusão do Ensino Primário em Angatuba (1870 – 1930) – Unicamp – 2008).
A esposa Maria Luiza da Conceição adoentou e faleceu. Gabriel em segunda união, com Florentina Maria, têm os seguintes filhos:
1 – José Ricardo Leite;
2 – Angelino da Silva;
3 – Etelvina Augusta de Souza;
4 – Isaura Leite e;
5 – Martinho da Silva Leite.
Falecimento na cidade de Angatuba, no dia 01 de outubro de 1945, com 72 (setenta e dois) anos de idade. Sepultamento no Cemitério Municipal de Angatuba – Jazigo da Família Leite de Souza.
A Professora Euclydia Leite de Souza
Vila do Espírito Santo da Boa Vista – Angatuba
Século XX
Nasceu em 25 de julho de 1902, no Bairro do Guareí Acima na Vila do Espírito Santo da Boa Vista que 6 (seis) anos mais tarde passaria a denominar-se Angatuba.
Euclydia é filha do casal, Gabriel de Souza Leite (Itapetininga, atual Bairro dos Leites em Angatuba, 03 de março de 1870 – Angatuba, 01 de outubro de 1945 – vereador e proprietário de terras que se iniciavam no Bairro dos Leites e adentravam-se ao Bairro da Batalheira – zona rural do município de Angatuba) e de Maria Luiza da Conceição (São Sebastião do Tijuco Preto, atual Piraju, 17 de agosto 1882), em uma família de mais uma irmã: Julia Leite de Souza.
Avós Paternos: Jesuíno Leite de Meira e Maria Balbína de Souza (Maria Trindade).
Avós Maternos: Joaquim Leite de Meira e Maria Clara da Conceição.
A menina Euclydia passa sua infância junto à família na então Vila do Espírito Santo da Boa Vista e, com a estrutura e o respaldo familiar dedica-se aos estudos. Iniciou o ensino primário e, em 1915, com 12 anos de idade, iniciava as aulas no quarto ano do Grupo Escolar de Angatuba. Forma-se professora juntamente com sua irmã, Julia Leite de Souza no Instituto Peixoto Gomide – na cidade de Itapetininga.
As irmãs Euclydia e Julia Leite de Souza são grandes exemplos para uma época em que este nível de educação era privilégio de poucos e ainda mais, um enorme privilégio para as mulheres, na longínqua década de 20.
A jovem professora Euclydia, inicia o magistério ministrando aulas em escolas da zona rural do município de Angatuba, tais como, a Escola do Bairro dos Ribeiros (26 de junho de 1923) e a Escola do Bairro do Arealzinho (23 de março de 1929 e 15 de julho de 1934 em Escola Mista).
As irmãs sempre unidas por coincidência do destino ou não, conhecem na pequena Vila (atual Angatuba) os jovens: Rafael Basile (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 06 de agosto de 1903 – Angatuba, 06 de agosto de 1989) e João Basile (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 23 de abril de 1900 – Angatuba, 14 de maio de 1963) – também irmãos – filhos dos italianos, Gaetano Basile e Ana Scartollo Basile.
Os dois jovens casais iniciam aí, duas lindas histórias de amor, companheirismo, fidelidade e acima de tudo, respeito, ocorrido entre as duas professorinhas brasileiras e os dois ítalos brasileiros, transportando-nos desta forma para o início do século XX, quando os filhos dos primeiros imigrantes italianos começam a construir famílias brasileiras.
Os jovens Rafael e Euclydia casam no município de Angatuba no dia 10 de outubro de 1925 e têm 05 filhos, são eles: 1 – Maria Wilma Basile (Angatuba, 09 de julho de 1926 – São Paulo, 21 de julho de 1993); 2 – Paulo Basile (falecido ainda criança); 3 – José Wilson Basile (falecido ainda criança); 4 – Therezinha Basile (Angatuba, 23 de outubro de 1932) e; 5 – Maria Luiza Basile (Angatuba, 22 de junho de 1934).
A Professora Euclydia ministra aulas na cidade de Avaré e assume o magistério de forma efetiva na cidade de Angatuba até o ano de 1950, no Grupo Escolar Dr. Fortunato de Camargo (escola em que havia estudado). Aposenta-se em 15 de outubro de 1950 – Dia do Professor.
Faleceu em Itapetininga, São Paulo, no dia 29 de abril de 1981. Sepultamento em Itapetininga.
Descendência:
1 – Maria Wilma Basile Piedade (Angatuba, 09 de julho de 1926 – São Paulo, 21 de julho de 1993, sepultada na cidade de Angatuba – Professora), que se casaria no dia 05 de julho de 1952, na cidade de Itapetininga, com Lauro Lemos Piedade (Itapetininga, 05 de janeiro de 1927 – Tropeiro, proprietário de terras, vice-prefeito e prefeito do município de Angatuba mandato: 1977 a 1982). Tiveram 04 (quatro) filhos:
1.1 – Paulo Roberto Piedade (Itapetininga, 25 de maio de 1953 – Empresário e ex-vereador da cidade de Angatuba mandato: 1993 a 1996), que se casaria na cidade de Angatuba em 16 de janeiro de 1977, com Sônia Maria Nery Piedade, (Angatuba, 16 de junho de 1954 – Professora). Tiveram 02 (dois) filhos:
1.1.1 – Luiz Rafael Néry Piedade (Itapetininga, 11 de setembro de 1978 – Advogado) que se casaria em 26 de junho de 2004 na cidade de Santana de Parnaíba com Carolina Talpo Piedade (São Paulo, 22 de outubro de 1980 – Cirurgiã Dentista). Tiveram 03 (três) filhos:
1.1.1.1 – André Talpo Piedade (São Paulo, 08 de dezembro de 2005);
1.1.1.2 – Mateus Talpo Piedade (São Paulo, 26 de agosto de 2009) e;
1.1.1.3 – Manuela Talpo Piedade (São Paulo, 14 de maio de 2014).
1.1.2 – Ana Paula Néry Piedade (Itapetininga, 21 de agosto de 1982 – Fisioterapeuta), que se casaria em 25 de setembro de 2004, na cidade de Angatuba, com Carlos Alberto Rolim Rosa (Angatuba, 14 de junho de 1972 – Diretor do Cartório do Fórum da cidade de Angatuba). Tiveram 1 (um) filho:
1.1.2.1 – Pedro Rolim Rosa (Itapetininga, 02 de setembro de 2007).
1.2 – Carlos Fernando Piedade (Itapetininga, 14 de junho de 1954), que se casaria com Soraya dos Santos Tatibano Piedade (Angatuba, 05 de setembro de 1964 – Professora). Tiveram 4 (quatro) filhos:
1.2.1 – Lucas Tatibano Piedade (Angatuba, 12 de novembro de 1985);
1.2.2 – Alex Tatibano Piedade (Angatuba, 19 de outubro de 1987), que com Geicine de Almeida Silva (15 de abril de 1980) tiveram 1 (uma) filha:
1.2.2.1 – Lívia de Almeida Piedade (Itapetininga, 28 de dezembro de 2013);
1.2.3 – Luana Tatibano Piedade (Angatuba, 25 de setembro de 1993) e;
1.2.4 – Aline Tatibano Piedade (Capão Bonito, 05 de setembro de 2001).
1.3 – Luciana Maria Piedade Coppola (Itapetininga, 07 de dezembro de 1957 – Professora), que se casaria com José Carlos Coppola (Guareí, 13 de dezembro de 1947 – Angatuba, 15 de agosto de 2000). Tiveram 2 (duas) filhas:
1.3.1 – Ana Laura Basile Piedade (Itapetininga, 03 de janeiro de 1994) e;
1.3.2 – Maria Letícia Basile Piedade (Angatuba, 09 de outubro de 1998).
1.4 – Maria Elisa Basile Piedade (Itapetininga, 29 de março de 1961 – Professora), que se casaria em primeiras núpcias com Antônio Gonçalves Fraga, no dia 29 de março de 1981 na cidade de Angatuba e, em segundas núpcias, no dia 04 de outubro de 2008, na cidade de Piedade – Estado de São Paulo, com Cláudio Ianhez (Ribeirão Bonito, 03 de maio de 1960 – Cirurgião Dentista). Teve 1 (uma) filha no primeiro casamento:
1.4.1 – Luciana Piedade Gonçalves Fraga (São Paulo, 01 de setembro de 1981 –Administração de Empresas), que se casaria com José Clóvis Ribeiro Pinto (Nova Friburgo – RJ, 17 de junho de 1982). Tiveram 1 (uma) filha:
1.4.1.1 – Beatriz Fraga Ribeiro (São Paulo, 07 de setembro de 2011).
2 – Paulo Basile – falecido ainda criança.
3 – José Wilson Basile – falecido ainda criança.
4 – Teresinha Basile Madureira (Angatuba, 23 de outubro de 1932 – Professora), que se casaria no dia 19 de dezembro de 1954 na cidade de Angatuba, com Geraldo Madureira (Sorocaba, 02 de março de 1929 – Angatuba, 04 de abril de 1969, sepultado na cidade de Sorocaba). Tiveram 03 (três) filhos:
4.1 – Carlos Basile Madureira (Sorocaba, 25 de setembro de 1955), que se casaria em primeiras núpcias no dia 21 de janeiro 1982 na cidade de Corbélia – Paraná, com Joana Novak, com quem teve um filho, e, em segundas núpcias na cidade de Curitiba, no dia 09 de maio de 2006, com Aparecida Maria Belchior (Salto Grande, 25 de setembro de 1956):
4.1.1 – Carlos Alexandre Novak Madureira (Sorocaba, 04 de fevereiro de 1993).
4.2 – Gracinda de Lourdes Madureira Santos (Itapetininga, 29 de setembro de 1958 – Professora), que se casaria no dia 09 de fevereiro de 1985 na cidade de Angatuba, com José Roberto dos Santos (Angatuba, 20 de outubro de 1963), com quem teve duas filhas:
4.2.1 – Fernanda Cristina Madureira dos Santos (Angatuba, 23 de maio de 1987) e;
4.2.2 – Nicole Beatriz Madureira dos Santos (Angatuba, 04 de janeiro de 1994).
4.3 – Francisco Donizeti Madureira (Itapetininga, 06 de março de 1962 – Itapetininga, 18 de novembro de 2011).
5 – Maria Luiza Basile Guarnieri (Angatuba, 22 de junho de 1934 – Professora), que se casaria no dia 08 de julho de 1956 na cidade de Itapetininga, com Dirceu Guarniéri (Itapetininga, 20 de fevereiro de 1932). Tiveram 03 (três) filhos:
4.1 – Dirceu Guarnieri Júnior (Itapetininga, 23 de agosto de 1959), que se casaria na cidade de Itapetininga no dia 25 de abril de 1987, com Liliane Maria Ribeiro Guarnieri (Nascimento em 08 de março de 1965) com quem teve 03 (três) filhas:
5.1.1 – Carolina Ribeiro Guarnieri (Itapetininga, 28 de agosto de 1991);
5.1.2 – Maria Julia Ribeiro Guarnieri (Itapetininga, 20 de janeiro de 1999) e;
5.1.3 – Natália Ribeiro Guarnieri (Itapetininga, 07 de junho de 2000).
5.2 – Soraia Maria Guarnieri Pontes (Itapetininga, 05 de junho de 1963), que se casaria no município de Itapetininga em 12 de outubro de 1985, com Nelson Luiz Barros Pontes (Itapetininga, 05 de janeiro de 1961), com quem teve dois filhos:
5.2.1 – Beatriz Guarnieri Pontes (Itapetininga, 29 de janeiro de 1987) e;
5.2.2 – Bruno Guarnieri Pontes (Itapetininga, 13 de fevereiro de 1988).
5.3 – Luiz Alberto Basile Guarnieri (Itapetininga, 31 de maio de 1957), que se casaria no dia 16 de setembro de 1983, com Rita de Cássia Vieira Guarnieri (Itapetininga, 03 de dezembro de 1958), com quem teve três filhos:
5.3.1 – Luiz Felipe Vieira Guarnieri (Itapetininga, 24 de setembro de 1984), que se casaria no dia 22 de dezembro de 2007 com Odette Rodrigues de Souza Guarnieri (São Paulo, 25 de março de 1985), com quem teve uma filha:
5.3.1.1 – Ana Luiza de Souza Guarnieri (Itapetininga, 04 de abril de 2008);
5.3.2 – Eduardo Vieira Guarnieri (Itapetininga, 02 de junho de 1997);
5.3.3 – Leonardo Vieira Guarnieri (Itapetininga, 24 de junho de 1994).
Vila do Espírito Santo da Boa Vista – Angatuba
Séculos XX e XXI
Nasceu na Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual município de Angatuba no dia 02 de janeiro de 1903 (data oficial, mas incorreta), filha de Gabriel de Souza Leite (Itapetininga, atual Bairro dos Leites em Angatuba, 03 de março de 1870 – Angatuba, 01 de outubro de 1945 – vereador e proprietário de terras que se iniciavam no Bairro dos Leites e adentravam-se ao Bairro da Batalheira – zona rural do município de Angatuba) e de Maria Luiza da Conceição (São Sebastião do Tijuco Preto, atual Piraju, 17 de agosto 1882), em uma família de mais uma irmã, Euclydia Leite de Souza.
Avós Paternos: Jesuíno Leite de Meira e Maria Balbína de Sousa (Maria Trindade).
Avós Maternos: Joaquim Leite de Meira e Maria Clara da Conceição.
Júlia passa sua infância naquela Vila e depois cidade do Espírito Santo da Boa Vista, ao lado da família. Inicia os estudos na cidade de Angatuba e com o apoio familiar, vai estudar no Instituto Peixoto Gomide na cidade de Itapetininga, ao lado da irmã, Euclydia Leite de Souza, local onde ambas formam-se Professoras.
Na cidade de Angatuba a jovem Júlia conhece o ítalo-brasileiro, João Basile Sobrinho (Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba, 23 de abril de 1900 – Angatuba, 14 de maio de 1963), filho de Gaetano Basile e Ana Scartollo Basile – imigrantes italianos fixados na então Vila do Espírito Santo da Boa Vista, atual Angatuba.
Os jovens João e Júlia casam na cidade de Angatuba, no dia 15 de janeiro de 1929, sendo Juiz de Paz: José Cafundó Júnior e testemunhas: Gabriel de Souza Leite e José Basile.
A jovem Professora Júlia inicia o magistério em escolas da zona rural do município de Angatuba e em 13 de junho de 1930 é nomeada Professora para o cargo de Ajunta do Grupo Escolar de Angatuba na Escola Mista Rural do Bairro do Guarey Acima. Torna-se professora efetiva no Grupo Escolar Dr. Fortunado de Camargo, seguindo seus trabalhos como Professora Primária. No de 1942, leciona ao lado da irmã, a Professora Euclydia Leite de Souza, naquela mesma escola.
A aluna Nadir Lopes Rodrigues relata com transparente carinho seu período escolar ao lado das Professoras Júlia Leite de Souza e Euclydia Leite de Souza:
“Dona Euclydia e Dona Júlia eram maravilhosas, tanto como professoras, como amigas. Tive muito carinho por elas, e elas, comigo. Ai que saudades …
Eu estudava no Grupo Escolar Dr. Fortunato de Camargo, e tinha muito orgulho de passar todo dia na casa dela (Casa da Dona Julia, atual Rua Públio de Almeida Mello, n.º 595, Centro, Angatuba), para levar a pasta na classe e passar as lições na lousa e as minhas colegas tinham muito ciúmes de mim, por fazer isso.
Esse tempo não volta mais, só ficou a saudade que a gente nunca se esquece. Me orgulhava muito de todos os dias poder levar uma flor e coloca-la em cima da mesa delas. Elas ficavam muito felizes. Pegavam a flor e faziam assim, humhumhumhum….” (Depoimento de Nadir Lopes Rodrigues, Angatuba, 9 de agosto de 2012)
Assim, alfabetizando e ensinando gerações de angatubenses a Professora Júlia segue tal ofício no Grupo Escolar Dr. Fortunato de Camargo pelos anos de 1943 a 1952, onde fica até se aposentar.
O casal João Basile Sobrinho e Júlia Leite de Souza não tem filhos. Dedicam suas vidas ao trabalho, a família, e exercem participação ativa na comunidade religiosa local.
Com memória e lucidez admirável a Professora Júlia completou 100 anos e essa data tão especial foi comemorada ao lado de grandes amigos e familiares. Tal comemoração fora registrada pelo Jornal Folha de Angatuba, página 01 – Ano XXVII – circulação em 10 de janeiro de 2002 – Angatuba, São Paulo:
“Uma simples e significativa festa marcou os 100 anos da professora JULIA LEITE DE SOUZA BASILE neste último dia 02/02/2002. A presença de familiares e amigos emocionou a nossa centenária professorinha que foi casada com João Basile Sobrinho e é tia-avó de muitos sobrinhos-netos.
Das homenagens prestadas no aniversário, além dos presentes, amigos e familiares na casa do Sr. Lauro Piedade, marcaram presença a Banda Municipal Antonio Lisboa, sendo, o maestro Deny Lisboa, um dos alunos da aniversariante. Após os lindos dobrados e marchinhas foi a vez do Coral Santa Cecília fazer sua homenagem. Dona Floriza Manfredini, uma das integrantes do coral, também foi uma de suas alunas e prestou sua homenagem ao declamar a poesia “A Rosa” à aniversariante.
E finalizando as homenagens o vice-prefeito e sobrinho da professora – José Orlando Cardoso – “Joinha” – fez uma linda homenagem através de seu famoso “repente” emocionando não só a aniversariante como todos os presentes;
Após as homenagens foi servido um coquetel.
Os nossos parabéns à professora Julia Leite de Souza Basile pelos 100 anos de existência, desejando à mesma e seus familiares, muita paz, amor e carinho.”
A Professora Júlia Leite de Souza falece no dia 09 de março de 2002 em sua residência (Rua Públio de Almeida Mello, n.º 595, Centro, Angatuba – onde residiu por mais de 80 anos), ao lado do sobrinho neto Paulo Roberto Piedade, que relata com grande emoção:
“Madrinha Júlia não estava se sentindo muito bem. Cheguei em sua casa, entrei em seu quarto, ela estava deitada. Ela me olhou e disse, com a voz bastante lenta: “Paulo Roberto Piedade”. Em seguida, pareceu que por um instante ela havia perdido o sentido. Tentamos ligar para o médico. Eu, não sai do lado dela. Em um segundo ela perdeu totalmente os sentidos. Ela morreu em meus braços …(um fundo suspiro com lágrimas nos os olhos)” (Depoimento de Paulo Roberto Piedade – Angatuba, 21 de fevereiro de 2013).
Sua despedida fora registrada na matéria Adeus, Dona Júlia!, publicada no Jornal Folha de Angatuba, página 02 – Ano XXVII – circulada em 27 de março de 2002, quarta feira – Angatuba, São Paulo:
“Adeus, Dona Júlia!
Todos os dias, quem passava pela rua Públio de Almeida Melo sempre deparava com uma simpática senhora de cabelos brancos toda sorridente na janela de seu quarto. Era a dona Júlia. Ali ela acenava alegremente sempre dirigindo algumas palavras, muitas delas não entendida, talvez devido ao barulho de carros ou talvez pela distância, mas o aceno do “chauzinho” dela era uma marca registrada. Recentemente foi feita uma linda festa pelos familiares e convidados pela passagem dos 100 anos da professorinha dona Júlia. Uma festa de 100 anos digna da dona Júlia onde ex alunos e membros da família fizeram bonitas homenagens.
Hoje estamos tristes. Não vamos ver mais a professorinha dona Júlia Leite de Souza na janela para nos dar aquele “chauzinho”. Um infarto e ela nos deixou no último dia 9/03. Deixou-nos no silêncio como era do seu costume, mas a sua recordação continuará conosco para sempre. Agora, lá na janelinha do céu, com certeza dona Júlia está velando por todos nós angatubenses.”
Está sepultada no Cemitério de Angatuba no jazigo da família Leite de Souza Basile.
Luiz Rafael Néry Piedade, São Paulo, 05 de julho de 2014.
happy wheels
abr 02, 2024 0
mar 28, 2024 2
mar 05, 2024 0
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Olá, meu avô se chamava Lázaro Leite de Souza, minha era Francisca Leite, ela deixou Angatuba e foi embora com meu pai e meus tios para São Paulo. Gostaria de saber se alguém conhecia meu avô paterno Lázaro leite. Desde já agradeço.
Boa Noite!
Achei muito importante este site, mas oque eu desejo e saber a filiacao dos meus avós, maternos que sao Benedito Felicio Meira e, Julia Cardoso Aguiar, se for possivel confirmar ou dar dicas, fico imensamente agradecido, obrigado fiquem com Deus.
Oi..minha mãe se chamava Aparecida Maria Leite meus avós materno Urias Leite e Teresa Paulino Leite.minha mãe dizia que seu pai Urias veio da família q se originou o bairro dos Leite..Não cheguei conhece lo..nem por foto.tenho muita vontade de saber minha origem.quem era meus bisavós etc..se tenho parentela com essa família tão bonita!!me orgulho muito de carregar o sobre nome Leite!!!
Sou trisneto de Domingos Leite do Prado, logicamente a filha deste, minha bisavó se chamava Ana Joaquina do Espirito Santo casada com Francisco. Gostaria de saber o grau de parentesco de Domingos Leite do Prado com Ignácio Leite do Prado…e perguntar se tem algum lugar que possa conhecer a genealogia de Ignácio Leite do Prado.
obrigado pelo que já pude ler do material que os srs e sras me forneceram. Ah! meu pai nasceu na Fazenda do Aterradinho: Lázaro Lopes de Arruda. Grato
Sou descendente de Ignácio Leite do Prado, gostaria de saber quando nasceu e morreu ou onde encontro informação?
Meu trisavô era Domingos Leite do Prado, e a filha dele Ana Joaquina do Espírito Santo (minha bisavó) moradores de Angatuba. Gostaria de saber qual o grau de parentesco de Domingos Leite do Prado com Ignácio Leite do Prado, uma vez que em alguns nascimentos e casamentos dos meus parentes aparece como Tesstemunha Ignácio Leite do Prado. Gostaria também de saber se existe uma genealogia de Ignacio Leite do Prado e de Bernarda Maria para que eu possa consultar
Obrigado
Tenho uma parte da genealogia de Ignácio Leite do Pardo
Aguardando alguma informação
Eu morei ao lado da dona Júlia, na rua Públio de Almeida Melo, antes, Minas Gerais, Angatuba, que também foi professora do meu pai, Salvador Paulino Pinto, o Vadozinho Pinto. Pouco contato tinha com a professora que, na minha infância, já estava aposentada. Todos os meus reconhecimentos à importância de seu trabalho para a nossa querida Angatuba.
Professora Maria, que lindas palavras! Muito obrigado!
Muito obrigado também em nome dos integrantes desta Grande Família, pois sua pesquisa possibilitou a “riqueza” e acresceu e muito, os registros destes “angatubenses” e “sujeitos históricos” pesquisados! Conte com minhas pesquisas! Torço para que esse “espaço de memória” se materialize o quanto antes, perpetuando o acesso a todos interessados às raízes deste povo e à história desta localidade que tanto amamos. Torço também para que outros cidadãos se sintam motivados a prática deste prazeroso “garimpo” e satisfatório encontro com as informações do passado, a fim de que haja cada vez mais, a preservação das raízes, da cultura, da história! Avante! Um grande abraço com muito carinho e admiração de sempre! Luiz Rafael
Ao privilegiar as professoras: Euclydia e Júlia Leite de Souza nos seus trabalhos como grandes educadoras, quanta riqueza Luiz Rafael nessa sua investigação .Parabéns!
O professor também aprende com o aluno ! Nossas pesquisas se contracenaram: lembrar, recontar e registrar as tradições do nosso povo para que também as novas gerações possam entender o valor da identidade
que brota do nosso passado.
Esse seu ” garimpar” no sentido de recuperar a memória familiar da sua gente, é uma tarefa singular que vem somar a de outros tantos angatubenses “sujeitos históricos” que pudemos também documentar.
Continue nesse ” escavar ” de memórias para que num futuro bem próximo, se Deus quiser, possamos também arquivar num ” espaço de memória “, onde a coletividade terá acesso à sua História, à sua Memória, às suas Tradições.
Revelar o pioneirismo, a cultura caipira, a imigração, a educação, a religiosidade, o folclore…. enfim, a cultura material e imaterial, estamos contribuindo sobremaneira, com o resgate do ” Patrimônio vivo ” dos nossos antepassados.
O meu compromisso fiel à História de Angatuba e Região é o dever de levar adiante o lema adotado em nossas saudosas Festas do Folclore: ” MAIS AMA O POVO QUEM O AMA EM SUAS TRADIÇÕES’ !!!
Através desse ato histórico e cultural, espero que outros cidadãos angatubenses se espelhem em nós e, se animem também a pesquisar, a registrar o que o nosso legado identitário nos revela.
Continue com essa consciência social , política e cultural, e não permita que o retrocesso e a cegueira, apanágios da ignorância, do atraso e da insensibilidade tão vigentes nesta modernidade, o fusquem e paralisem essa sua constante busca aos feitos do passado, que são os paradigmas de ação de todos nós angatubenses.
Congratula com você, estimado ex-aluno Luiz Rafael, a professora Maria Aparecida.