Acho um absurdo esse pessoal que num êxtase de patriotismo afirma, “meu partido é o Brasil”, ou “minha bandeira é a bandeira brasileira”, que nas manifestações se enrolam na bandeira nacional e saem repetindo seus jargões elitistas contra o que acham uma inspiração socialista , mas que são contra programas sociais, que são contra a taxação de imposto sobre a riqueza, que satirizam a empregada doméstica que vai passear na Disneylandia, que afirmavam “aeroporto está parecendo rodoviária”, que são contra a chance de afrodescendentes frequentarem a universidade, que acham normal o genocídio de negros pela polícia, uma incidência que até aumentou por influência das argumentações racistas do presidente Jair Bolsonaro; que odeiam nordestinos, que massacram índios; que insultam contrários dizendo “vai pra Cuba” enquanto que eles próprios cultuam os Estados Unidos, a nação que desde o século 19 explora os países do Terceiro Mundo colaborando com o empobrecimento destes, a nação que patrocina golpes contra líderes que consideram socialistas, a nação que protagoniza os mais sangrentos conflitos no Oriente Médio.
É mesmo um absurdo estes “patriotas” abraçarem a bandeira do Brasil como gesto de amor à pátria, enquanto defendem o imperialismo norte-americano, enquanto que apoiam o programa econômico bolsonarista na sua proposta de manter a riqueza do país concentrada nas mãos de meia dúzia de multimilionários, na proposta de perdoar as faraônicas dívidas dos bancos, na proposta de sucatear o patrimônio nacional e entregá-los a preços de bananas às superpotências, na proposta de reduzir o máximo possível os direitos do trabalhador, e de ser uma ameaça ao próprio direito à aposentadoria deste. O incrível é que muitos destes “patriotas” também estão sendo vítimas do desgoverno que se implantou no país, o que é mais uma contradição somada a tantas outras que têm tornado o Brasil um sinônimo de piada por este mundo afora